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Vocês sabem lá o quanto eu gosto de viajar? A.D.O.R.O.! E agora, estou aqui a tentar ter algumas ideias para escrever nas páginas que continuam em branco da tese do Mestrado e só penso no passaporte estacionado ali na garagem. 2015 trouxe-me um passaporte com visto para muitos caminhos.
O batismo já está feito. Ainda sem grandes equipamentos, porque a "bichinha" foi cara e não sobrou grande coisa das poupanças para os acessórios dos viajantes, mas com um bocadinho de boa-vontade e alguns improvisos na roupa lá fomos. Seguimos até Sintra, ao famoso Cabo da Roca. Afinal, diz-se que motociclista que é motociclista vai ao Cabo da Roca. Não fomos ao domingo, porque, já se sabe, somos motociclistas em part-time.e temos sempre de prever babysitter, para dois!! Assim, a alternativa é fugir durante a semana, tirar um dia de férias a dois, e partir!
Agora, estou ansiosa para lhe pôr as mãos em cima, mas antes, prometi ao marido , tenho de ter umas aulinhas para ver se andar de mota é como andar de bicicleta e não se esquece, ou se tenho de aprender tudo outra vez...
Mas, certo, certo, certinho é que em 2015 vou andar de mota!! Aos 40, com a mesma vontade dos 20, mas muito mais vivida!!
...aqui, deste lado da montanha.
Na hora indecisa entre o ontem e o amanhã, não posso já falar do dia da mãe; não posso ainda deixar de falar do dia da mãe. Voltei ao Zmar. E ainda bem.
É campismo, com o conforto de uma casa; é hotel, com espaço, muito espaço, ao ar livre para os miúdos; é feito a pensar nos pais, porque há mil atividades para os filhos, é ecológico, sem faltar nada. Gostei.
Mais ainda, porque houve tanto sol! E nós andávamos desesperados de desejo do sol...
Regarregámos as baterias. Fizemos uma pausa na incerteza que têm sido estes meses estranhos desde o início do ano.
Amanhã?! Não sabemos o que nos espera...
...aqui, deste lado da montanha.
Eu adoro o Algarve. Ah! e tal que é fatela! e tal! Só gente! E só sol! O mar até chateia! E tal!
Pois!...Eu, eu adoro o Algarve!
Vivi lá dois anos e isso talvez faça toda a diferença. Gosto do sol, gosto da gente, gosto do calor, gosto da água, gosto das noites quentes... Já disse que gosto do calor?? Gosto! Muito.
Gosto de ir de férias para o Algarve. Já gostava quando ia para uma casa alugada. Agora, gosto ainda mais, porque vou para um hotel e posso dedicar-me a ser absolutamente, completamente... dondoca. Já estou naquele ponto em que prefiro uma semana no hotel a um mês numa casa. Rendida ao dondoquismo tacanho, só não consigo trocar os meus livros pelas revistas cor-de-rosa que qualquer dondoca que se preze lê. De resto, haja Algarve! Haja pequenos-almoços buffets, haja piscina, e praia, e passeios, e aquaparques, e saídas à noite, e discotecas ao ar livre, e sunset, e sunset, e sunset...
...aqui, deste lado da montanha.
Devia ir a Lisboa. Tenho de ir a Lisboa. Não queria ir a Lisboa, queria ir hoje para o Algarve, instalar-me num hotel, dar uns mergulhos nas piscinas e no mar, não fazer nada. Vou a Lisboa.
A ter de ir a Lisboa, devia aproveitar para ir aos saldos, ver montras (o que é isso?), experimentar umas roupas (há anos que não experimento roupa...), comprar uns ténis (os meus estão rotos. mesmo!), mas isso é impossível com eles. Tento minimizar os danos. Levo-o a ele à creche. Chora. Não quer ir.
Convenço-o. É o último dia, digo-lhe.
Arranco com a filhota. Não tenho onde a deixar. Aviso-a para uma hora de viagem para cada lado e nada de bom para fazer pelo meio. Leva a Nintendo.
Meia hora passada, entro na auto-estrada. Dois metros depois das portagens pergunta-me: "há aqui algum café? estou aflitinha para ir à casa de banho..."
Não! Não há porcaria nenhuma de casa de banho! Acabámos de entrar na auto-estrada.
E tu??! A contar os dias para o fim das férias!
Eu poderia tecer inúmeros comentários à entrevista do nosso ex. E escrever acerca do défice e de buracos, que pondo em causa o enigma do meio buraco e do buraco, se vão alargando, revelando-nos aquilo que parecia ser impossível. Poderia falar de desemprego e professores e crise, e crise.
Também poderia escrever que, juntando o folar das crianças, a prenda de Natal dos pais, e os cêntimos que poupei por não comprar roupa, nem sapatos, nem coisa alguma que se veja, juntando tudo, tudinho, lá vamos dois dias de mini-mini-miniférias. Poderia dizer que estou cheia de expetativas e que torço para não ter de vir embora a meio. Que me importa que chova, que troveje ou que tenhamos de ficar fechados dentro do quarto! Levo as cartas para jogarmos, e vou sair de casa. E ADORO!
Também poderia escrever que não somos loucos e estamos a juntar os cêntimos para os maus (piores) dias que se adivinham e que ficamos em casa a jogar às cartas à lareira, sem ninguém saber. E ADORO!
...aqui, deste lado da montanha.
Falando a sério: fomos passar o fim de semana à serra da Estrela. Uma promessa adiada, e desejada, e desejada. Chegados lá, não se conseguiu ir até à Torre, porque a estrada estava cortada. Assim, fomos ficando, nós e todos os outros que ali eram obrigados a parar, mesmo cá por baixo, já que ali chegáramos... o vento era cortante, aliás só estive fora do carro um minuto, o tempo de o miúdo ver de perto o que era a neve para dizer, com alguma frustação, quando chegou à noite a casa, que esta neve era muito má, porque era gelada! Já a miúda que andou a brincar com o pai, e até conseguiu fazer um boneco de gelo, digo, neve, disse-me, ao deitar, que nós a tínhamos enganado, porque afinal a neve não era fofa.
Enfim, frustrações de lado, apanhámos um belíssimo nevão ao descer da serra e confirma-se a minha teoria de que, quanto mais vejo neve, mais gosto de praia, e de sol, e de calor, e de mar, e de praia, e de calor, e de sol, já disse calor??, ah! pois, e de praia...
...aqui, deste lado da montanha (sem neve!).
Da vontade imensurável de viajar, maior do que a possibilidade, surge o viagens e viajantes: uma tentativa de conjugação do verbo viajar. Não é uma partida de mochila às costas, solitária, antes a vivência de experiências a dois, por vezes a quatro, ou, eventualmente, em grupo!
Há pouco o meu amor grande atirou-me da outra ponta do sofá "Então, o teu blog? Não escreves nada? Que falta de respeito pelos teus leitores." Ora, sabendo eu que os meus dois, vá lá três, leitores já devem ter percebido que anda difícil conciliar trabalho, família, casa e blogs, e que não devem estar, ainda, a morrer de saudades desconfio que o que ele queria dizer era qualquer coisa do género "Então, não contas a nossa viagem a dois? Não escreves o quanto gostaste de passear comigo pelas ruas de Lodres? Que falta de respeito pela minha vontade de ler o quanto eu gostei nas tuas palavras."
E assim foi. Fomos a Londres durante o fim-de-semana que prolongámos até terça-feira. Deixámos os miúdos - e apenas não morremos de saudades porque sabíamos que eles estavam muito, muito bem (e nós também, diga-se a verdade)- e fomos namorar. As minhas expetativas eram baixas e, quem sabe por causa disso, adorei Londres.
Como se vai a Londres em dias de crise? Não indo de férias em Agosto e com muitas horas extra. Mas sobre esta viagem há tanto para contar que não o posso fazer em meia dúzia de linhas, nem a desejar meia dúzia de horas de sono, por isso, correndo o risco de frustrar um pouco o maridinho, e de deixar os meus dois, vá lá três, leitores de água na boca, vou dormir e depois volto para contar o outro lado da viagem.
...aqui, deste lado da montanha.
Depois de uma semana de vira-que-vira, pautada por sono, sono, sono, cansaço, alguns problemas de consciência e apertos no coração (ai, que eu sou uma mãe tão desnaturada!), nada com um sábado a acordar bem de madrugada por dois pirralhos barulhentos para perceber que eu sou uma ótima mãe e que mereço tanto ir passear com o meu amor grande... E, se ficarmos a dormir até querer (conceito desconhecido), já vai valer a pena.
...aqui, deste lado da montanha.
Agora que as férias chegaram ao fim , estou mesmo a precisar de férias!!!
Um fim-de-semana em Londres era mesmo bom para compensar. Sem miúdos, a curtir, a passear, a ver coisas, a sair, sem miúdos...
Sou, provavelmente, a única pessoa que no primeiro dia depois das férias anda à procura de hotel para férias.
...aqui, deste lado da montanha.