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Aflige-me a escola sem os meus alunos. Aflige-me o silêncio dos passos quase solitários nas escadarias da entrada, aflige-me a ausência dos olhares que se escapam dos grupinhos à porta do bar, aflige-me a falta dos sorrisos que se perdem no vento, afligem-me as paredes despidas de beijos roubados às escondidas, aflige-me a sala deserta, e o quadro vazio, e os corredores mortos.
E sei que depois do primeiro toque nada voltará a ser como antes, e que mil vezes, e mais mil, desejarei o instante de silêncio que hoje me aflige. Ainda assim, quero o coração a palpitar e os olhos a brilhar do toque da campainha. Quero o cheiro dos livros novos e o brilho das mochilas ainda sem riscos, ainda sem corações, ainda sem palavras de amor e de desamor. Quero os olhos ávidos de vida dos alunos que hão de ser meus.
...aqui, deste lado da montanha.