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Fomos à Vila Natal ou, mais especificamente, a OLETSAC, difícil e, quanto a mim, muito mal conseguido anagrama de castelo... Mas a entrada em oletsac foi apenas a primeira mal esperada surpresa desta tarde. 5 euros para pagar foi quanto nos pediram, 5 euros por pessoa! Sendo a família de 4 elementos ( o pequeno de três anos também pagava) e, dado que não quisémos deixar nehnum de fora, lá pagámos os vinte euros com a convicção de que haveriam de valer a pena....

 

A partir da entrada, foi um tal ataque às nossas carteiras, conseguido em grande pelo apelo aos mais pequenos, por um lado, e pelo malvado espírito natalício, por outro, que houve um momento em que ansiei que, por artes mágicas, encantatórias ou diabólicas, me levassem dali para fora. Pagar o carrossel, pagar as atividades desportivas, pagar a patinagem (uma hora e meia de patinagem teria dado para pagar as oito horas por mês de aulas da minha filha...); pagar o kart, pagar as pipocas... graças a Deus, tínhamos acabado de comer antes de entrar, e eu tinha ido prevenida com uma garrafinha de água, ao bom estilo portuga!

 

Não entendo qual é o objetivo de tais medidas. Não percebo porque é que dentro das muralhas pagamos três euros por um croissant e cá fora um euro e meio, que já é mais caro do que em qualquer boa pastelaria, por sinal, não entendo porque é que dentro das muralhas nos pedem um euro e meio euro por uma ginjinha e, transposta a porta do castelo nos pedem um euro... Há qualquer coisa de desencantado nisto! Alguem me explique! E, já agora, alguém me explique também como permitem num evento desta grandeza que os preços sejam apresentados com etiquetas que se sobrepõem e sobrepõem, claramente a marcar a diferença de preços de acordo com o quê?  a disposição dos duendes???!!

 

...aqui, deste lado da montanha.

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Livro de Reclamações VI

por Ni, em 11.07.12

 

Esqueçam isto . Tenho a dizer que não conseguimos passar das fotografias bonitas e dos gosto no facebook, e-mails e afins. Na realidade, na vida prática e concreta, e não virtual, as mulheres não podem levar os filhos, nem os de três anos, silenciosos e sossegados, às reuniões, pelo menos, não nas escolas, pelo menos não na minha escola.

 

Não falo dos meus filhos, esses não são silenciosos nem sossegados, cabe-lhes um lugar num canto da sala de professores em frente ao computador, enquanto eu rezo para que o filme não termine antes da reunião. Não falo de mim, que já dei muitas faltas ao trabalho, primeiro porque sim, e porque estava a míseros 500km de casa, e depois porque os meus filhos adoecem à velocidade de um ai. Falo de uma colega que há duas semanas atrás comentava comigo que nunca tinha dado uma falta ao trabalho. Nunca. Nem por assistência à família... Nem por doença... Nunca. Nem uma falta.

 

Hoje, numa reunião às sete da tarde(os professores, realmente, não fazem nada), depois de ter passado o dia todo na escola a  matricular alunos (porque os professores quando tiram os cursos têm de ficar aptos para trabalhos burocráticos e administrativos), depois de ter ido a correr buscar o filho para não se atrasar entre as seis e meia e as sete, depois de pegar meia dúzia de lápis e uma folha, depois de enfiar um pão com fiambre na boca do filhote, é obrigada a sair da reunião, porque o filho não podia lá estar. Argumento: ia haver votação. Já disse que o filho em questão tem três anos, não disse? 

 

Não, não estamos na Itália...

 

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

 

 

 

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Livro de reclamações V

por Ni, em 03.02.11

Eu não me queixo muito. Não. Esta é apenas a 5ª vez que escrevo no livro, por isso, não me queixo muito, mas, raios partam, ele há coisas que acontecem neste país que eu não sei se ria ou se chore.

 

Hoje levei a miúda à creche, mas, assim que cheguei à escola, o meu coração de mãe, entre receios de febres mal apaparicadas e piorias consideráveis, fez-me voltar passado cinco minutos.

 

Peguei na miúda e percebi que, se queria ficar a tomar conta dela, como qualquer mãe quer, teria que ter um atestado para justificar a minha ausência na escola. Quem pode passar atestados? O médico de família.

Vou, às nove da manhã, com a miúda, ao centro de saúde.

Queria marcar uma consulta para o médico de família!

Quem é?

Não tenho.

Ah! Então tem de ser no atendimento complementar...

Queria marcar uma consulta no atendimento complementar.

Ah! O atendimento complementar é só depois das duas.

Está bem. Queria marcar uma consulta no atendimento complementar para depois das duas.

Ah! As marcações são por ordem de chegada.

 

duas e meia da tarde:

Queria marcar consulta no atendimento complementar.

Ah! tem treze pessoas à sua frente!(?)

Treze ?!!( a décima tinha chegado às duas, as outras tinham ficado desde manhã (?!)

 

café, voltinha... 10 pessoas

comprar lápis e caderno para miúda se entreter... 8 pessoas

ir a casa acender fogueira e costurar roupa... 5 pessoas

 

sete menos dez:

SÓfia

(?)

O que é?

Febre desde segunda-feira e tosse.

Ouve três inspirações e diz que está tudo bem. Até aqui levou meio minuto.Não viu a garganta, não viu os ouvidos, não viu se tinha febre. De seguida, põe-se a olhar para o ecrã do PC e para o teclado e procura, como boi a olhar para o palácio, as letras. Onde estão? Onde estão? Segura a cabeça entre as mãos. Procura outra letra...

Tenho a receita quatro minutos depois. Já SÓ falta o que me levou lá... O atestado.

Ah! O atestado... Vamos lá a ver se...

Quer o meu cartão, doutor?

Não, não...

Não?!...

 

Quatro minutos depois tenho um papel na mão. Saio e passo os olhos. Enganou-se a preencher e tenho que voltar. Compreende-se. Afinal era preciso assinalar a hipótese adequada com uma cruz. Quer dizer, é de muito mau tom terem de obrigar uma pessoa a escolher, era muito melhor porem lá só uma hipótese para não confundir. Realmente, um médico ter de saber se a miúda de cinco anos que vem com a mãe é a própria mãe, é um familiar ou é um filho menor de dez anos é muito, muito difícil.

 

Volto atrás. Ele sai para falar com a enfermeira. Quando volta, traz o atestado da ADSE, o correto, portanto. Aquele não é feito no computador, é à mão. Deve ser mais fácil, penso.

Como é que se chama?

Dora Ni Ferreira...

Ferreira com um r ou dois?

????!!!!

Eu juro, não lhe respondi "com três", porque achei mesmo que ele não ia perceber...

 

Outra curiosidade: no primeiro atestado a doença não permitia sair de casa; no segundo, já permite. É o que se chama melhoria significativa.

 

Assim anda, ou melhor, não anda, está completamente pregado ao chão, o nosso país. Maus serviços, maus atendimentos, maus profissionais, más instalações (a casa de banho tinha a lâmpada fundida, tivemos de a utilizar às escura...), maus princípios, mau funcionamento...

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

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Livro de reclamações IV

por Ni, em 06.05.10

Já alguma vez "apanharam" um médico que vos está a atender e a olhar para o relógio e que depois vos faz consultar outro porque, embora tenham ido mostrar-lhe uns sinais suspeitos, ele não se lembrou de pedir para ver as vossas costas e, passado um mês, apanham um grande susto porque descobrem lá um "sinal" feio que, segundo o novo médico, "não é nada mau, mas podia ser"?

 

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Livro de reclamações II

por Ni, em 15.03.10

 Recebi há dias uma carta das Finanças cá da terra, onde era informada (eu não, o meu marido) que, de acordo com a lei não sei quantas e o decreto xpto, tinha de pagar 125 euros. Quando o homem da casa chegou, perguntei-lhe o que é que ele tinha feito, desta vez, para tal despesa. Não sabia. Desconfiava que agora tinha que se pagar pelos dias de assistência à família e, como a Princesa esteve internada, em Novembro, talvez fosse isso.

 

Hoje lá fui, cheia de vontade, pagar a conta.

Eu (depois das cortesias do costume): sabe dizer-me por que temos de pagar este valor?

Sr. ao balcão: Não. Diz aqui (na guia) que recebeu dinheiro a mais em Dezembro. Quer pagar?

 

Quer pagar???!!! Mas quê, tenho alternativa??? NÃO! Treta de país, pagas e não bufas!!! E, no fim, nem sabes o que pagas ou por que pagas.

 

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Livro de reclamações

por Ni, em 05.03.10

Alguém me traga o livro de reclamações, por favor! Quero reclamar deste país! Será possível que eu não consiga ter a casa quente, sem que para isso tenha de pagar 350€ de gasóleo por mês? Ah! E mais 60, pela lenha... Será que estar no conforto de uma casa quentinha é um luxo acessível apenas a meia dúzia de iluminados, capazes de qualquer uma dessas aldrabices financeiras que são notícia de abertura dos noticiários??

 

Não se pense que quero andar em casa de t-shirt ou coisa do género. Não! Quero apenas um calorzinho que me permita respirar sem a sensação de que as narinas estão prestes a congelar. Ainda por cima, eu acho que devíamos ter direito a isto. Devíamos ter ajudas do estado, ou, então, dos construtores que andam a enriquecer às nossas custas. As empresas de construção deviam garantir casas à prova de flutuações térmicas ou pagar-nos metade do aquecimento. E, mesmo assim, já pagávamos muito.

 

Que treta! Quem tem orçamento para isto? Quem tem soluções que não sejam assaltar uma banco? Já tentámos tudo: ligar o aquecimento só nalgumas divisões da casa; ligar só algumas horas; ligar só na divisão onde estou com o bebé e só em algumas horas... mas parece que só há uma solução - desligar o aquecimento! Só me apetece dizer: que treta!

 

Se alguém tiver uma fórmula mágica, faça favor de dizer!

 

...aqui, deste lado da montanha.


 

 

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