Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Não, não estão enganados, este é mesmo o outro lado da montanha, e eu vi, quase, quase, até ao fim o 1º episódio do Big Brother. Aliás o meu 1º episódio de Big Brother de sempre...
Os meus dois, vá lá três, leitores conhecem bem o meu lado autista, mas eu ando a esforçar-me para ser igual aos outros.
O homem da casa passa o tempo a dizer-me não podes ser assim, ninguém pode ser assim... e só porque eu não gosto de frases feitas, não gosto de conversa de circunstãncia, não gosto de falar só para não estar calada, e falta-me aquele bocadinho de cinismo que permite que as pessoas digam uma coisa e pensem outra. Enfim, sou antipática.
Mas toda a gente quer ser um boadinho melhor, não é? E pus-me a pensar, bem, a Dora Ni passava mesmo a brilhar, a brilhar, se soubesse do que é que toda a gente fala, quando fala por falar. E de que é que toda a gente gosta de falar, quando fala por falar? Novelas. Mau demais! Vida dos famosos. Não conheço ninguém! Big brother. Nunca vi... mas posso ver.
Ontem, claro que não me lembrei coisa nenhuma de Big Brother nenhum. Não exagerem! mas o amor grande lá pôs na TVI, enquanto enrolávamos as meias e fui vendo.
Conclusões rápidas: 2 ou 3 pessoas das revistas cor-de-rosa; 2 ou 3 desconhecidos; 2 ou 3 recuperados dos mortos; a Teresa Guilherme debruçada vezes demais sobre a mesa; uma brasileira a quem vi uma mamoca (nada de especial para quem viu a Gabriela com a Juliana Paes);um rapaz com um fato cor-de-rosa choque absolutamente, absolutamente qualquer coisa... e o mano Guedes.
É! Sou capaz de ter para aí conversa para uns dois ou três... segundos...
...aqui, deste lado da montanha.
Não sou muito de ir atrás do que os outros pensam acerca de alguém, para gostar ou deixar de gostar desse alguém. Não costumo aperceber-me do mau feitio de algumas pessoas, nem do bom feitio, enfim... sou distraída.
Agora isto, nunca me aconteceu. Uma pessoa, de quem gostei nem muito nem pouco, quando conheci, que toda a gente diz que não é assim tão boa pessoa e eu lá fui ficando alerta, porque ah! e tal, que ela é falsa, é falsa! e eu a continuar a gostar dela, nem muito nem pouco, é certo, mas a achar que é uma pessoa assim mais ou menos de quem eu gostaria à vontade, se todos á minha volta não achassem que ela não é pessoa de quem se goste.
E isto é estranho.
...aqui, deste lado da montanha.
Os meus dois, vá lá três, leitores sabem que eu não acredito em anjinhos nem em bruxinhas. Acredito que todas as pessoas têm um lado bom e um lado mau e, mesmo aquelas onde o lado mau é predominante (algumas só têm mesmo o lado esquerdo da unha do dedo mindinho bom), mesmo essas, por vezes, não são más intencionalmente. São más porque a vida a isso as obrigou, porque o feitio a isso as obrigou, porque nasceram más, porque querem ser mais do que as menos más... Por vezes, até, é uma questão de ponto de vista. Na verdade, nem gosto muito de gente boazinha. O que raio é isso? Gente tacanha e mole, incapaz de fazer frente a uma aragem.
Vem este discurso, cheio de verdades de la Palisse, a propósito de esta minha maneira de ser, total, completa e irremediavelmente, desconfiada. Sou desconfiada de toda a gente. Aliás, a par da teoria "não há pessoas completamente boas, não há pessoas completamente más", vem a teoria "ninguém é quem parece ser". No entanto, o que é surpreendente é que, cruzando as duas teorias, isto pode resultar numa boa surpresa e, no final, até vimos a verificar que o tal lado esquerdo da unha do dedo mindinho que julgávamos ser o lado bom é o lado mau, e o resto é o lado bom, mas está tudo camuflado com verniz.
Na Prova Oral de um destes dias, o Fernando Alvim dizia que detestava a internet e as redes sociais porque tudo era trabalhado com o fotoshop. Eu concordo inteiramente com ele. Toda a gente aparece nas suas melhores fotos, a dizer as melhores frases (quase sempre de outros), toda a gente é muito culta, muito esperta, muito linda!Mas esta é uma realidade com a qual lido bem e para a qual estou preparada; não lido bem, ainda, é com o facto de as pessoas usarem fotoshop na vida real.
...aqui, deste lado da montanha.
Parabéns a mim! Desconhecia este enorme capacidade em ser... cínica! E, vejam só, o meu rapaz tem razão: às vezes, um bocadinho de cinismo pode simplificar relações difíceis, sem nos tirar pedacinhos. É um jogo de avaliações de perdas e ganhos, e eu estou a começar a aprender as regras deste jogo... Continuo em desvantagem, porque jogo ao nível de amador contra peritos, mas eu aprendo depressa, prometo!...
...aqui, deste lado da montanha.
De acordo com a wikipédia:
O bolor é uma designação comum dada a fungos. Eles vivem principalmente em lugares húmidos e escuros. Os bolores crescem sobre pão velho, frutas podres, couro, madeira, papel e muitos outros materiais. Certos tipos de bolores podem causar males à saúde humana. No entanto, algumas espécies desses fungos são benéficas, sendo muito utilizadas na produção de queijos e em medicamentos, como a penicilina.
De acordo com Alma Ni:
Bolores-humanos é uma designação comum dada a pessoas que são fungos e que vivem, principalmente, da escuridão, tristeza e, muitos, da falta de sexo. Crescem sobre pessoas frágeis, tristes, solitárias. Certos bolores humanos podem ser extremamente maléficos. Desconhecem-se espécies de bolores-humanos que sejam benéficas.
Como eliminar bolores:
o tratamento temporário passa por vaporizar os bolores com lixívia e alguma água e, nos mais resistententes, esfregar fortemente; o tratamento permanente consiste em ventilar frequentemente os espaços.
Como eliminar bolores-humanos:
o tratamento destes bolores requer muita persistência, uma vez que há muitas espécies diferentes, que requerem medidas individuais de tratamento, mas, geralmente, é eficaz vaporizar os bolores-humanos com alguns sorrisos e alguma indiferença e, nos mais resistentes, esfregar com boa comida, bom vinho e boa música (não falo de bom sexo, porque isso é mais tratamento permanente, pode levar à morte); o tratamento permanente consiste em dar-lhes momentos de felicidades (são muito alérgicos à felicidade, podendo, eventualmente, alojar-se noutra pessoa...)
...aqui, deste lado da montanha.
Os outros não páram de me surpreender. Choca-me a falsidade com que alguns outros falam, choca-me a falsidade com que alguns outros vivem. Convencem-se, tristes, que essa falsa vida em que vivem é a verdadeira. A falsidade destes outros, lembra-me a traição de outros outros.
Choca-me, magoa-me, entristece-me a traição e, ainda mais, a traição daqueles outros que me são tão, tão próximos, que chegam quase a não ser outros, que acreditam que aquilo que fazem não é traição. Pegando nas palavras do meu poeta querido, apetece-me dizer "chegam a fingir que é traição / a traição que deveras cometem"...
...aqui, deste lado da montanha.
Peço desculpa aos meus dois, vá lá três, leitores, mas a possibilidade de estarem a aumentar para quatro, não mais, obrigou-me a esta pausa para perceber que caminho o outro lado da montanha seguirá. Dei por mim a pensar que se quero continuar fiel a este blog ele poderá muito bem, que eu sou menina para isso, "implicar" um dos meus três, vá lá quatro, leitores, e, consequentemente, já se sabe, lá vem o cuidadinho a escrever isto ou, se calhar, é melhor não publicar aquilo e, quando menos esperasse, este blog já tinha passado a este lado da montanha...
Como eu quero é continuar a escrever, peço desculpa aos meus três, vá lá quatro, leitores pelos posts que hão-de surgir onde ninguém é quem parece, aliás, como na vida real...
...aqui, deste lado da montanha.
Eu sei, eu sei, tenho parado pouco por aqui, mas o trabalho tem sido mais que muito agora que as aulas acabaram. Certas pessoas ficariam surpreendidas com a quantidade de trabalho que há nas escolas, assim que os meninos vão para casa. Ah, pois é!
Hoje e ontem, no entanto, fiz uma pausa nas reuniões, relatórios, projectos pós-aulas, documentos, exames, preparação do próximo ano lectivo e fui... à praia? à piscina? passear? ao cinema? ao teatro? NÃO! Às Jornadas Pedagógicas. Certas pessoas ficariam surpreendidas com a quantidade de formações que temos de fazer - o que não é mau!- e pagar - o que é mau!!
Não quero aqui deixar registo das horas intermináveis de discursos vazios, gastos e, por vezes, ofensivos, em que, confesso, me deixei adormecer, levada por noites mal dormidas, vozes monocórdicas e uma penumbra acolhedora. Não, não quero aqui deixar registo de queixas e lamentos. Isso começa a fartar-me.
Vou, pois, cometer três erros básicos da vida de um blog: ser optimista, plagiar e escrever um post longo.
Amei os senhores que se seguem, pelo que disseram, mas, principalmente, pela forma como o disseram. Ouvia-os, embevecida, e pensava "também quero ser assim, também quero ser assim".
Nuno Lobo Antunes:
"na minha altura as raparigas só tinham de ter duas qualidades para serem bem sucedidas - serem razoavelmente bonitas e razoavelmente virgens"
"eu entrei em medicina com uma média de dez, hoje é preciso ter média de dezanove, ou seja, é preciso ser-se estúpido - e não fazer mais nada na vida"
"só há três razões para uma criança não aprender a ler: é burra; o professor não presta; tem dislexia"
E esta, que me fez lembrar logo uma certa amiga, que não vem ler o meu blog: "a autoridade é fonte de segurança, quando as crianças conhecem os seus limites são imensamente mais felizes"
"uma palavra de um professor pode marcar indelevelmente e para sempre um aluno"
José Miguel Oliveira:
"há muitos anos que sou professor, ou seja, há muitos anos que comunico o meu desconhecimento"
"rude com os problemas, sensível com as pessoas - Gandhi"
"se fizeres o que sempre fizeste, obterás o que sempre obtiveste - Benjamin Franklin"
David Justino:
"hoje não há tempo para pensar"
"um professor, para além de um ensinador, é um exemplo"
Carlos Gonçalves
"educar é um acto de criatividade, de persistência, de questionamento e de amor/ternura sem limites, envolvendo vários actores"
"é preciso ser crítico face aos «vendedores» de opiniões"
Se é bom ser professora? É!
E agora vou tentar dormir porque amanhã, de manhã, vou passear com os meus meninos da unidade de multidefeciência e, de tarde, vou ter reunião geral e, depois, reunião de departamento. No sábado, na segunda e na terça volto a ter formação, interrompida para uma visita à CERCI... Os professores não fazem nada...
...aqui, deste lado da montanha.
O problema dos blogues é que dizemos hoje a um amigo, amanhã à prima, colocamos uma foto, sem querer, e, a dada altura percebemos que, se calhar, não podemos escrever tudo o que nos apetece. É tramado!...
Tirando isso, há pessoas pouco inteligentes que acham que se disserem coisas pouco inteligentes parecem inteligentes... não consigo compreender como...
...aqui, deste lado da montanha.
Não suporto gente que está sempre, sempre, sempre a queixar-se de tudo: o governo, o patrão, os colegas, a televisão, o tempo, a profissão, o que faz, o que não faz, as férias cá dentro, as férias lá fora... E conhecem sempre alguém que é um bom exemplo de tudo o que está mal! Esta gente vive mesmo? É que eu acho que estão tão ocupados a dizer mal que não deve sobrar tempo para mais nada.
Eles precisavam era de umas noites sem dormir e umas fraldas (daquelas muito mal-cheirosas) para trocar.
...aqui, deste lado da montanha.