Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Tenho saudades tuas.
Se, por acaso, encontrares os meus olhos presos aos teus, quando nos cruzarmos no corredor, antes de pegarmos as chaves para sair, ou pressentires o toque das minhas mãos nos teus braços, enquanto levamos os nossos filhos à escola, ou adivinhares o calor dos meus lábios na tua pele, assim que acabarmos de levantar a mesa, saberás que tenho saudades tuas.
Não porque tenha dúvidas, mas porque tenho certezas, e estou, outra vez, apaixonada por ti; não porque haja rotina, mas porque os dias são irrepetíveis, e, contigo, são tão mais bons; não porque namoremos pouco, mas porque continuamos, ainda, a namorar tanto, e eu gosto...
... aqui, deste lado da montanha.
Para lá do stress, frustração, angústia, cansaço implicados nas intermináveis viagens que fazemos ao fim de semana para visitarmos a família; um esforço que parece, aos olhos deles, mínimo e insignificante não comparável à hercúlea façanha de nos visitarem duas vezes por ano, para lá de tudo isso, e porque não vale a pena discutir o induscutível pois, por mais que nos prometamos diminuir a frequência das viagens, acabamos sempre por ver necessidades inultrapassáveis em cada fim de semana; para lá de tudo isso, há um outro lado que aproveitamos até ao tutano: namoramos!
Saímos a dois, o que só é possível por podermos deixar os miúdos com os avós, vamos a um bar, ouvimos umas músicas, conversamos (sem interrupções de dez em dez segundos), fazemos planos, traçamos objetivos, dançamos. Namoramos!
Regressamos a casa com a mesma ansiedade e alegria com que um bebé volta aos braços da mãe. E o nosso sofá, de molas partidas e manchado pelo bolor, assume contornos de poltrona chaise longue de Corbusier... mas, no outro lado, há instantes de cumplicidade que ninguém nos tira. É mais ou menos assim:
...aqui, deste lado da montanha.