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Estranha_mente feminina

por Ni, em 11.05.12

Há algo de espantoso no poder de uma lingerie. No fundo, aquilo que vestes por dentro reflete um pouco da tua intimidade mais secreta, invisível a todos os comuns, visível apenas aos olhos dos eleitos. E lingerie nem sequer significa de renda, vermelha ou requintada. Pode até ser apenas uma coisinha bem simples, de algodão rosa bebé, que se cola às linhas mais salientes do teu corpo, deixando adivinhar as outra; mas que isso faz diferença, faz. A alma de uma mulher, o espírito dos seus dias, reflete-se muito na lingerie que escolhe.

 

...aqui, deste lado da montanha.

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Não costumo fazer isto no outro lado da montanha, mas, desta vez, só desta vez, porque me deslumbra a cada página, porque, para lá da sua poesia que eu já admirava, descubro uma prosa que me encanta, cá vai:

 

"Bastava, por outro lado, contemplar essa tecnocasta de videirinhos muito penteadinhos ou com barbinhas bem aparadinhas, esses muito satisfeitos asnos besuntados de Piz Buin e de lugares comuns, todos esses podengos do poder a esburgarem os ossos de um país já sem ossos, e delicioadamente entretidos em corruptas campanhas de campanário ou garganteadas guerrilhas de gabinete, para também imediatamente se adivinhar que jamais teria passado, por detrás daquelas testas carenciadas de recheio, a hipótese, o lampejo, sequer a suspeita de que só o Amor é o centro do Mundo.

 

A Mulher - para eles nunca Rainha, muito menos Deusa - apenas a conseguiriam situar como num arrabalde; e , nesse arrabalde, apenas lograriam entendê-la como um armazem, um albergue, uma estação de serviço, uma rampa de lançamento, quando muito um parque de diversões. Que ela seja, pelo contrário, o centro do centro, o eixo da vida, a porta do céu ou do inferno, a chave de tudo, a redenção do nada - eis o que certo resultaria incompreensível para esses testículos sem alma, para estas almas sem testículos."

David Mourão-Ferreira, Um Amor Feliz

 

Mas, nós, mulheres-rainhas, mulheres-deusas, centros dos centros, eixos da vida, portas do céu ou do inferno, chaves de tudo, redenções do nada, nós, continuamos a desejar, a querer, unicamente, testículos com alma e almas com testículos.

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

 

 

 

 

 

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Maternal_mente

por Ni, em 28.06.10

Por vezes, a luta entre a mulher e a mãe é tão grande que por entre unhadas e puxões de cabelos, mordidelas e pontapés, fica um sentimento no peito, uma sensação de incerteza, que, de repente, parece governar toda a minha vida. Entre o certo e o errado, o coração e a razão, quem me poderá valer? Sei que sim, mas a vontade teima em chegar. Sei que é certo, mas hesito. Devo celebrar, mas a tristeza insiste em ficar. A culpa, a culpa... a culpa pelo que fiz, a culpa pelo que não fiz, a culpa pelo que ficou meio feito...

 

Resta-me apenas a certeza de que da luta, da dúvida, da ansiedade ou da tristeza acabará por sobressair toda a minha humanidade.

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

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Componentes

por Ni, em 07.06.10

Todos (todas?) sabem que os homens vêm equipados com determinados componentes que os distinguem de nós na medida do "deixa-me acabar a cerveja que eu vou já ali apanhar as cuecas que estão no chão desde há três dias", mas será possível desligar o componente do "a minha mulher demorou 15 minutos numa loja, saiu de lá com dois sacos na mão e eu não lhe pergunto o que ela comprou"? É que mexe-me com os nervos, mexe mesmo!!! Nem falo do escandaloso desinteresse, mas onde raio é que eles enfiam a curiosidade???

...aqui, deste lado da montanha.

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A correr

por Ni, em 19.05.10

Passei por aqui, mesmo, mesmo a correr só para dizer que continuo a sobreviver a este ritmo alucinante de não dormir, ser mãe e trabalhar.

 

Andamos (eu e o meu amor grande) à procura de um novo ritmo, na esperança de que, entre fraldas, idas à piscina, sono, histórias para dormir, jantares e loiças para lavar, sono, roupas, ginásticas, corridas, sono, trabalho, sobrem uns minutinhos para namorar. Quando se quer, sobram sempre, mas, estamos apaixonados, e queremos mais.

 

Agora, vou ter reunião, que, também, é para isso que me pagam...

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

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Filhos de um amor maior

por Ni, em 15.03.10

 O outro lado de Maternal mente:

 

Olho para os meus filhos e vejo-os como fruto deste amor entre mim e o meu marido. São uma passagem, de um eu mais um tu, a um nós. Aquilo que sinto por eles é imensurável e, desculpem-me aqueles que não são pais, é preciso viver-se este amor para saber do que estou a falar.

 

É verdade que, quase diariamente, há uma luta entre a mãe e a mulher que existem em mim, por vezes, ganha a mãe, outras, ganha a mulher, e, nos melhores dias, as duas co-habitam em simpática harmonia. Com os meus filhos perdi muita coisa, adiei outras, mas ganhei muitas, muitas outras que nem sabia que existiam. 

 

Se eu acho fácil ser mãe? Não! Se, por um breve nano-segundo, estou arrependida de ter filhos? Não! Nunca, nunca, NUNCA! Amo ter filhos. Adoro viver este amor a quatro. Adoro a minha filha a cantar (gritar) canções inventadas, durante as nossas viagens infindáveis, adoro o meu marido a ameaçar parar o carro para pôr a malta na linha, adoro o meu bébucho a resmungar porque precisa de mudar a fralda, adoro a minha cabeça prestes a estoirar com tanta confusão.

 

E, se adoro isto, imaginem o que sinto quando a minha filha me diz "és a mamã mais linda do mundo", quando ela me diz "mamã, despacha-te, que eu tenho de ir ajudar o papá a apanhar as pedras do jardim e lavar a minha bicicleta" ou quando o meu marido decide praticar "parkour" e ela vem fazer queixinhas e mostrar como ele fez, ou quando o meu bébucho abre aquela boca linda num sorriso com gargalhadas... Imaginem...

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

 

 

 

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Princesa Bruxinha

por Ni, em 17.10.09

 Tenho esta teoria um pouco louca, um pouco séria de que todas as mulheres são princesas e bruxas, apenas a proporção de uma ou de outra é variável. Por vezes mostramos mais o nosso lado princesa, outras vezes, comparada connosco, a bruxa má da Branca de Neve é a Madre Teresa de Calcutá...

Isto tudo, não para falar sobre mim, mas para falar da Princesa cá da casa. Como se adivinha, ela é a minha mais-que-tudo, é o meu amor incondicional. E, talvez por isso, o seu lado princesa é sempre o que impera. MAS, ontem descobri que a minha filha, como qualquer ser do sexo feminino, também tem o seu ladozinho de bruxinha. Que super-birra que ela fez! Sabem aquelas birras que nós usamos para definir as crianças mal-educadas? Ela conseguiu fazer tudo: atirar coisas ao chão, chamar-me nomes (vá lá que o palavrão mais ofensivo que ela conhece é feia...), dar pontapés nas portas, paredes, cadeiras, atirar-se ao chão, puxar as orelhas e arranhar-se (crise de auto-mutilação), gritar até ficar sem voz, ameaçar-me (Vou arranhar-te!!). Isto durante uns dez minutos e já de castigo no quarto. Se me contassem, eu não acreditava...

Resultado: está de castigo, sem ver o Panda (atenção, que isto é terrível) até me passar a recordação das cenas tristes.

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