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Miúdo (5 anos): Estou confuso! Não sei que profissão vou escolher: cozinheiro, artista ou cientista...
Na hora indecisa entre o ontem e o amanhã, não posso já falar do dia da mãe; não posso ainda deixar de falar do dia da mãe. Voltei ao Zmar. E ainda bem.
É campismo, com o conforto de uma casa; é hotel, com espaço, muito espaço, ao ar livre para os miúdos; é feito a pensar nos pais, porque há mil atividades para os filhos, é ecológico, sem faltar nada. Gostei.
Mais ainda, porque houve tanto sol! E nós andávamos desesperados de desejo do sol...
Regarregámos as baterias. Fizemos uma pausa na incerteza que têm sido estes meses estranhos desde o início do ano.
Amanhã?! Não sabemos o que nos espera...
...aqui, deste lado da montanha.
Hoje foi dia de ficar de boca aberta. Todos ao dentista. Os miúdos, porque tenho esta relação fácil com consultórios dentários e dentistas que gostaria de passar-lhes e eu, porque tenho esta relação fácil com consultórios dentários e dentistas que gostaria de manter.
A miúda já tinha sido vista duas vezes pela higienista, no Centro de Saúde, de acordo com o Programa Nacional de Higiene Oral, mas, entretanto, foi ficando difícil fazer marcações, porque agora já só no fim do mês, ou porque agora estamos à espera de material, ou ah! agora não temos vez, enfim, o costume quando as coisas são gratuitas. Lá resolvi marcar-lhe consulta na dentista. Aproveitei a viagem e levei o miúdo, pela primeira vez.
A miúda tem uns dentes ótimos, sem uma cárie. Mas tem sete anos, logo, pelo que me foi explicado, deverá colocar selantes nos primeiors molares (claro que isso não é comparticipado pela ADSE), para evitar possíveis cáries. A agendar, portanto. Para além disso, tem os dentes da frente bastante separados, sendo que a razão é a existência de fibras do freio entre os dentes, o que se resolve com o chamado "corte no freio"... Agendado.
Já o miúdo, com 3 anos, está com 5 cáries . E, não, a razão não é negligência na higiene. A razão é mesmo ignorância dos pais... Bombinhas de medicamentos para asma, bronquite asmática e afins devem sempre ser aplicadas antes de escovar os dentes. Confesso, o singulair, que ele toma diariamente, nós sempre lhe demos antes de escovar os dentes, mas a bombinha, também diária, era mesmo ao deitar. Resultado: mesmo sem ver, a médica foi logo dizendo que isso era um grande erro, porque se suspeitava da relação direta entre bombinhas e cáries... A médica foi uma querida e disse logo que o mais importante era evitar que as cáries aumentassem e que o importante, agora, era ele ver o dentista como uma coisa que não era má. Nada de tratamentos, para já. Mas muito controlo e alteração de hábitos.
...aqui, deste lado da montanha.
Chegámos do fim de semana de fuga à correria de casa em casa para "beijar o senhor" em casa de familiares, amigos e conhecidos.
E podia não ter valido nada a escapadela de descanso com os miúdos, mas só por este não ter de andar de casa em casa soube tão bem que nem a chuva podia estragar este prazer.
Depois de alguma pesquisa, levada pela palavra família, fui cair numa coisa chamada Zmar eco campo resort e spa. Um conceito bastante apetecível para quem tem filhos, cansadinhos de estar fechados em casa. É eco, sim senhor; é campo, a perder de vista; é resort, ainda que de campismo, mas spa não é, uma vez que tem de se pagar um extra para poder usufruir do dito circuito spa.
Os miúdos perderam-se pela piscina interior de ondas; as atividades para fazer ao ar livre são inúmeras, desde parque infantil com mil e um aparelhos, cabanas, escadas, cordas, escorregas, baloiços, slides, tudo, tudo, para todas as idades. Depois havia ainda, mediante pagamento, aluguer de bicicletas (para nós os 4, ficava em 24€), circuitos de vários desportos ao ar livre, e animais para ver e coisas para fazer, mas a chuva não ajudou. Valeu-nos o dia de ontem, meio assim assim, para darmos umas voltas pelos campos.
Hoje ficou a certeza: da próxima vez levar galochas, levar secador de cabelo, levar capas para a chuva, levar chapéus, gorros e bonés, levar toalhas para a piscina, levar bicicletas.
Se há coisa que me irrita profundamente são ideias feitas, chavões do senso-comum e, pouco teimosa como sou, todos sabem bem disso..., luto afincadamente contra tudo o que é frase generalista, que qualquer estranho nos diz na rua, ou qualquer melhor amigo nos diz no sofá da nossa casa. Assim, eu deveria estar aqui a bradar bem alto que, desculpem lá, rapazes e raparigas é tudo a mesma coisa, que tudo depende da educação/personalidade da criança, que os gostos por bonequinhas/bolinhas só depende do que se lhes dá... eu deveria estar aqui a contestar todos as falsas razões que tenho ouvido nos últimos dias com estes meus, tão sábios, argumentos.
Não fosse o raio do miúdo gostar de andar de mota antes de conseguir dar um passo, não fosse ele ter dito bó, logo a seguir a dizer mamã e papá (por esta ordem), não fosse ele ter cinco pontos na cabeça ao fim dum ano, não fosse ele querer abrir os legos com a chave de fendas para descobrir o que está lá dentro, não fosse o raio do miúdo nem pestanejar durante o jogo de futebol do padrinho, não fosse ele querer atirar-se para cima de tudo o que pareça carro, mota ou bicicleta, e eu até poderia argumentar. Deste modo, resta-me apenas a triste realidade: é de gajo!
Não me surpreenderia que amanhã ou depois deixasse as meias no meio do chão e a toalha molhada em cima da cama...
...aqui, deste lado da montanha.
Chegam as noites quentes e saímos de casa, juntamo-nos em casa de uns amigos, à volta de um grelhador, com sardinhas a saltar aos olhos ou entremeadas para os menos marinheiros, e jogamos frases para o ar, e vamos ficando mais leves e os miúdos correm aos gritos, felizes por aquela liberdade fora-de-horas (ainda faltam uns dias para o fim de semana!) e tudo parece bem e pensamos que somos felizes.
Depois, deitas-te à meia noite e meia, acordas às duas e às cinco e tens de ir preparar um biberão, despertas, custa-te a adormecer novamente, acordas às sete e tens que te levantar e, quando te levantas, o miúdo decide que hoje é para chorar e acorda a irmã, que vem, a chorar, dizer que não consegue dormir porque o irmão está a chorar... E o miúdo chora durante todo o tempo até sair de casa e a miúda chora porque não sabe do livro novo e tu sais de casa e pensas que falta-te dormir um pouco para ser feliz.
...aqui, deste lado da montanha.
01:00 - Tenho fome! A última vez que comi foi aí há umas duas horas...
05:00 - Tenho outra vez fome!! E tenho qualquer coisa na boca... o que é isto? Não sai, e dói-me... Parece uma daquelas coisas brancas que os adultos têm, mas a avó não. Vou tentar tirar com a mão. Não sai! talvez com a mama da mamã... MAMÃ!!!Quero maminha!
06:00 - Não quero dormir mais. Levanta-te, mamã! Levanta-te! Levanta-te! Levanta-te!Levanta-te!Levanta-te!Levanta-te!Levanta-te!Levanta-te!
...aqui, deste lado da montanha.
Pequeno almoço servido na cama: o miúdo insiste em acordar às 6 e 50.
Eu ainda lhe peço "Vá lá, deixa-me dormir! Só mais um pouco! Olha que hoje é domingo e é dia da mãe!" E ele: "Bá-bá... dá... bu...BÁÁÁÁ!". Pego-lhe para lhe dar mama e penso para comigo "quando tiveres 18 anos, juro que te hei-de acordar num domingo qualquer às 6 e 50 para ver se gostas..."
Às sete, ouço a miúda a chamar. O pai vai lá ver. Quando voltam, trazem as prendinhas da mãe(dela, uma bolsinha para o telemóvel, dele, um caderno de recados... GIROS!), mas ela insiste em lembrar-me o que é ser mãe e faz uma grande birra, porque quer riscar as folhas do caderninho de recados e porque começa a chorar e porque tem sono e eu penso "Ah, pois, ser mãe é mesmo isto: ela com as birras dela, ele com as birras dele e eu a amá-los, a amá-los..."
Também ganhei um saco giríssimo, com as minhas cores, para pôr tudo e mais alguma coisa, tal e qual como as mães gostam. Têm muito bom gosto, os meus filhos ...
E ao longo do dia ganhei o melhor: muitos beijinhos, abraços e miminhos dos meus filhotes.
...aqui, deste lado da montanha.