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Ao longo destes 20 anos (credo!) com o homem da casa, em que apenas nos comprometemos a estar juntos até que um de nós deixe de ser feliz, sempre tendi para a ciumeira das mulheres que não conheço, mais do que das que conheço bem.
Não deveria ser assim, bem o sei, racionalmente; mas conhecer os pontos fracos da outra, sabê-la cheia de celulite e defeitos de feitio, tão perversos ou piores do que os meus, sempre me deu uma espécie de conforto a possibilitar o contra-ataque. Por isso prefiro as que conheço às estranhas, que me deixam na incerteza de saber com que armas me hei de bater.
Mas, a pior, a pior, a mais terrível e assustadora é a rival virtual. Essa é imbatível.
Está sempre linda e maravilhosa - não há mulheres feias na internet, veja-se como referência os perfis do facebook.
É inteligente, porque o plágio é fácil demais, e a inteligência está ali mesmo à mão de um outro separador.
Desliga-se (só a palavra já deixa qualquer homem excitado) quando aborrece - ah! desculpa lá, mas estou a ficar sem bateria, ou, agora tenho de ir ali salvar uma velhinha e volto já.
Está lá quando é precisa, por mais inconveniente que seja a hora, por mais despropositado que seja o local.
E, melhor do que tudo, o nocaute de qualquer tentativa vã de a suplantarmos, não tem mau hálito...
...aqui, deste lado da montanha.
Todos (todas?) sabem que os homens vêm equipados com determinados componentes que os distinguem de nós na medida do "deixa-me acabar a cerveja que eu vou já ali apanhar as cuecas que estão no chão desde há três dias", mas será possível desligar o componente do "a minha mulher demorou 15 minutos numa loja, saiu de lá com dois sacos na mão e eu não lhe pergunto o que ela comprou"? É que mexe-me com os nervos, mexe mesmo!!! Nem falo do escandaloso desinteresse, mas onde raio é que eles enfiam a curiosidade???
...aqui, deste lado da montanha.
Antes de começar, devo avisar que este post não é para ser lido por maridos giros, queridos, inteligentes e amorosos. Pois, Bi, pisga-te e NÃO leias isto!!!
Eu tinha prometido aqui que haveria de falar dos defeitos do meu príncipe (quase) perfeito, mas a hesitação própria de quem só tem dois leitores, sendo que um deles é o tal príncipe, levou-me a ponderar acerca das consequências deste post. Ora, avisos feitos antes de começar e porque este blogue é meu, aqui vai: o meu príncipe não sabe fazer negócios. Falta-lhe qualquer coisa da arte de regatear. Ontem faltou-lhe duas vezes, mas eu só conto uma, porque a outra ainda vai a meio...
A realidade do Bi:
" - Vou ali comprar um disco para o meu portátil "(na altura, topo de gama - será que é assim que se diz em relação aos PCs?).
...
"- Afinal, comprei um portátil (?), porque era quase ao preço do disco".
A realidade:
Comprou uma coisa minúscula onde quase não se vê o que se está a escrever;
Gastou quase o dobro do que tinha previsto para o disco;
Continua sem memória para o portátil.
E isto porquê?
Porque toda a gente comprou.
Amor, tu não és toda a gente. Essa coisa que compraste é para professore (a)s quase info-excluído(a)s que só utilizam o Word.
Eu avisei! Não era para leres...
...aqui, deste lado da montanha.
Eu sei, eu sei, não deveria escrever este post porque ele vem por cá dar umas espreitadelas e eu arrisco-me a nunca mais ter sossego e a ter que levar com sessões de convencidismo e de "sou mesmo bom" ou de "gostas mesmo de mim". Mas, pronto, rendo-me. O rapaz merece. E eu gosto mesmo dele.
O MEU (o possessivo é para afastar quaisquer mafarricas com pretensões erradas) homem é um espectáculo. Tem sido um apoio enorme nesta fase tão atribulada e estranha. Não me ajuda, porque, como ele diz, ajudar é pressupor que eu é que faço e, na verdade, ele tem dividido todas as tarefas cá da casa comigo e tem-se revelado um verdadeiro "dono-de-casa": cozinha, toma conta da Pompinhas( e só ela é suficiente para deixar 3 ou 4 cansados), vai às compras (mesmo tendo que pedir ajuda para comprar pensinhos diários
...), deixa-me descansar (e ver os episódios que não consegui ver do flashforward), tira-me cafés como eu gosto, e ainda vai dizendo que eu estou com bom aspecto (
:olheiras até ao queixo, cabelo a querer metamorfosear-se em esfregão da loiça, pernas a fazer concorrência às dele em termos de pelosidades, uns quilinhos a mais e uma barriga que, ainda (tenho esperança!), não cabe nas minhas roupas)... Eu amo mesmo este homem!
Afinal, os príncipes encantados dos contos de fadas existem. Têm defeitos, é verdade, mas existem...
PS: o post dos defeitos fica para outra altura em que o rapaz não faça tanta falta como agora.
Já algum tempo que isto se vem repetindo: sempre que o maridinho está de serviço a Pompinhas adoece ou fica com febre ou eu não consigo dormir ou fico indisposta. Agora, com esta barrigana grande, já estava a ficar um pouco assustada a imaginar que a noite iria ser terrível.
O dia foi... grog... nem sei explicar. Um ataque de sono tão grande que tive de dormir a sesta de manhã e de tarde (ainda bem que estou de baixa, caso contrário adormecia nas aulas). Fui buscar a Pompinhas e, assim que chego a casa, começa uma tal tempestade: chuva, trovoada, falhas na luz ... e no Panda! Claro que não é fácil explicar-lhe tudo isto. Anda à minha volta a lamuriar-se que tem medo, que o Papá não está em casa, que vem o escuro... E eu a ver mais uma noite sem dormir, sem luz, mas com muita água...
Depois de uma breve passagem pelo quarto das princesas, para uma brincadeira de distrair, sempre acompanhadas da lanterna, a chuva pára e a trovoada ouve-se já muito longe. Já só há vento.
E a noite??! Uma maravilha. Sem espinhas. Dormir, dormir, dormir. Apenas dois sobressaltos: uma melga, que assassinei depois de uma longa caçada, porque o caçador oficial das melgas cá da casa não estava; e a mensagem do Bi às três da manhã preocupado connosco, porque aquilo lá pela Ota estava fogo, ou melhor, água... Parece que a tempestade fugiu daqui para lá.
Sobrevivemos todos a mais um serviço, mas o maridinho chegou há pouco e teve de ir dormir.