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Ser mãe é esta angústia duvidosa de chegar a casa, depois do futebol do miúdo, da piscina da miúda e constatar que se, como sempre, os queres deitar à mesma hora saudável, tens meia hora para fazer um jantar. É aí que pensas como é fácil sucumbir às batatas fritas, aos ovos estrelados, e à ausência de legumes que tens para escolher, descascar, preparar.
Depois, pensas outra vez e só te vem à ideia este vídeo . Dás por ti a ver os teus filhos a rebolar ladeira abaixo, quando saíssem ao jardim, ou a boiar de cabeça para baixo na próxima aula de natação, e lá fazes uns ovos mexidos, numa colher de azeite, com cogumelos, courgette e cebola; cozes um esparguete (10m) e preparas uma cenoura ralada. Eles adoraram! Disse-lhes que era esparguete quase à bolonhesa e eles riram... e eu também!
...aqui, deste lado da montanha.
Gosto de cozinhar. Adoro preparar um jantar para os amigos, experimentar um sabor novo que ligue bem com aquelas pessoas, com aquelas conversas. Dupla delícia, duplo prazer! Também gosto de comer, e isso ajuda, decerto!
E porque aos quarenta decides que a vida são dois dias e um já passou, e acreditas que o tempo é mesmo aquilo que fazes com ele (e eu nem gosto de frases feitas!), vais buscar os teus filhos à escola assim que tens oportunidade, porque o toque de saída tem de ser o toque de saída (bem bastam as horas de reuniões em que eles ficam abandonados num canto da sala de professores, bem bastam as horas em que tens mesmo de escrever em frente ao computador, e corrigir, e planificar, e relatar...) e chegas a casa tão a tempo de tudo: dançar uma música com a miúda, fazer uma corrida de carrinhos com o miúdo, e preparar um belíssimo jantar, entre números romanos que se estudam para o teste.
Estou fã de programas de culinária(que vejo enquanto passo a ferro) e adoro as sugestões de comida caseira do Gordon Ramsey que vou adaptando para mim.
Hoje a ementa foi couve roxa salteada (como é que eu não conheci isto antes???), com espetadas ( ou pestadas, como diz o miúdo) de frango indianas, com arroz de passas (sobras da passagem de ano) e salada de tomate. Vejam por vós!
Vejam, sim, pois que provar é impossível, porque nada restou nos pratos, e isso, bem, isso é a melhor recompensa para quem está à frente de um fogão...
...aqui, deste lado da montanha.
A pensar nestas comidinhas boas lembrei-me da minha avó, e dos almoços tardios em casa dela, quando regressávamos da feira e ela cozia o pão no forno e comíamos broa quentinha na cozinha do forno (mais velha e escura), com carapau salgado assado nas brasas, que sobravam do pão e café de cafeteira do lume, que é coisa que já quase não se vê. Ah! Que delícia!
Foi também aí, tenho a certeza que me viciei em pão. Às vezes digo por graça que se tivesse de escolher um alimento para levar para uma ilha deserta, e tendo em conta que fruta haveria por lá, optaria certamente pelo pão; se fossem dois, pão com manteiga!
Gosto de comer. Sou, portanto, aquilo que se chama um bom garfo e, por isso, gosto de tudo. Jaquinzinhos fritos ou camarão grelhado, sarrabulho da Gândara ou xarém do Algarve, migas do Alentejo ou tripas do Porto, gosto de tudo. Só de pensar, já sinto água na boca.
Houve um tempo em que nos deliciámos a conhecer restaurantes, a organizar jantares gourmets, ou meetings temáticos. E esses dias eram bons e felizes. Depois, toda a gente resolveu fazer dieta e a crise ditou que fôssemos menos a restaurantes, e os dias passaram a ser um bocadinho menos bons e nós um bocadinho menos felizes...
Ontem uma amiga minha, que nunca vem ver o meu blog, convidou-me para jantar... num restaurante que não conhecíamos. Restaurante buffet, com música ao vivo, comer o que quisesse, beber o que quisesse, as vezes que quisesse. Ah! Foi tal e qual um casamento, mas sem a parte má dos casamentos, sem esperas, e sem prenda aos noivos. O restaurante é este. E é para voltar!! Adorei. Obrigada, amiga que nunca vem ver o meu blog!
Ah!Quanto às dietas, hoje é o pior dia, e amanhã, e depois, e depois... Quem me dera que o meu único peso fosse o da consciência!!!
Os meus dois, vá lá três, leitores devem julgar que o segredo está na comida, que eu só devo comer carne de cavalo, ou só devo beber água de chuva, ou só como de 77 em 77 minutos...
Nã, a menina Ni continuará a comer tudo, porque, se bem se lembram, eu disse logo que adoro comer. Mas o meu tudo é muito assim: dois copos de água morna em jejum, porque tenho sede, uma caneca pequenina com leite magro e cereais integrais e um quivi ao pequeno almoço, porque sou pessoa de hábitos, um iogurte magro, porque não gosto dos normais, ao meio da manhã e da tarde, ou uma fruta, ou sandes de fiambre de peru, ou as três coisas e, claro, um chá, porque sou apaixonada por chás. Sopa, sempre. Todas as refeições - há sempre sopa cá em casa - legumes, e peixe, e carne, sem sobremesa, sem fritos, porque não gosto, dos fritos, entenda-se.
Doces e bebidas alcoólicas estão reservados para as festas, fins de semana, jantaradas com os amigos. E pronto, parece simples, mas nem sempre é, porque sou gulosa, porque gosto de comer!!
Não gosto de coisas definitivas. As coisas têm o seu tempo, os gostos têm os seus tempos, as amizades têm os seus tempos... por isso, gosto de mudar a cor do cabelo, por isso, gosto de mudar os móveis de sítio, por isso, gosto de mudar de estilo; por isso, não gosto de tatuagens permanentes, por isso, não gosto de fazer sempre as mesmas coisas; por isso, não gosto de pessoas que não mudam.
Mas nesta inconstância pessoal, há coisas que vão ganhando a minha fidelização de uma forma que, até a mim, parece sufocante. Não falo de pessoas, entenda-se, porque amo os meus filhos eternamente,porque amo o homem da casa até que um de nós deixe de ser feliz,porque amo os meus amigos até que não suporte mais a desilusão de os amar. Assim, definitivamente, não falo de pessoas.
Coisas, apenas coisas: um desodorizante, um champô, umas canetas, coisas às quais me torno tão fiel que chego a desesperar quando desaparecem. E podem? Uma marca pode fazer isso? Se como cereais Speciall K há mais de 15 anos, não seria justo que quando alteram a sua fórmula, constituição, sabor, me perguntassem o que é que eu acho disso? E, sendo um produto, não poderia beneficiar de usucapião?? É que agora, todos os dias, durante todos os pequenos almoços, tenho de me ouvir reclamar que o raio do "novo sabor" não presta para nada!!! Tenho a certeza que os senhores da Kelloggs se inspiraram na sopa da Mafalda...
...aqui, deste lado da montanha.
Atarefadíssima a preparar o aniversário da miúda e o, simultâneo, batizado do miúdo.
Optámos, novamente por um batizado menos que familiar, cingido aos pais, padrinhos e avós... Entre o 8 e o 80, continuamos a optar pelo 8, mais barato, mais rápido, mais simples, mais ao gosto da casa. Eu perdida me confesso, os batizados são coisas que não me dizem muito, mas dizem muito à maior parte das pessoas de quem gosto e, por isso, batizam-se as crianças. Se o faço só para agradar aos outros? Faço, sim. Aí está uma coisa que me dá imenso prazer, fazer coisas para agradar às pessoas de quem gosto!!
Ah, a propósito, alguém tem uma receita de um bolinho de aniversário bem bonito que possa ser feito em casa?? É que o rapaz não quer saber de bolo que não seja de chocolate, mas chocolate e batizado parecem duas palavras que não se dão muito bem. Pensei em chocolate branco, alguém tem??
...aqui, deste lado da montanha.
Mulheres espertas têm homens que são bons cozinheiros. Mesmo que a comida faça lembrar as salinas de aveiro, as paredes do forno da avó, whiskas, ou qualquer alimento batido mil vezes no chão, haveremos sempre de dizer que aquele é o melhor manjar do mundo.
Mas nunca, nunca, deixem o vosso homem fritar jaquinzinhos em casa. Primeiro, esqueçam a triste e errada hipótese de julgarem que um bom exaustor resolve o vosso problema de docas em rescaldo de feira em dia de verão; depois, nada compensará as horas perdidas a lavar o fogão, as panelas e tachos, que estavam no sítio errado à hora errada, e as paredes, salpicadas de óleo, como se os danados dos jaquinzinhos se tivessem rebolado por lá, antes de aterrarem na travessa e, por último, nada pagará o pânico de verem o vosso homem julgar, nem que seja por fugaz momento, que não é um bom cozinheiro, porque não sabe fritar jaquinzinhos.
Que conste para a posteridade: jaquinzinhos só serão comidos em casa da mãe, da sogra, ou da amiga que nunca vem ler este blog.
...aqui, deste lado da montanha.
Logo à noite vai ser assim:
É mesmo possível fazer destas coisas sem bimbys. Aqui fica a receita da minha pavlova:
Piquei (sim, na picadora) 250g de açúcar que ficou quase em pó (mesmo sem bimby); bati 4 claras em castelo e fui juntando o açúcar aos poucos, até ficar sólido. Acrescentei uma colher de farinha maisena e um pouco de essência de baunilha. Depois, deitei o merengue numa forma de fundo amovível (a minha é anti-aderente) e levei ao forno pré-aquecido a 150º, durante 1h25m (para a próxima experimento com menos 5 minutos).
Deixei arrefecer e tirei da forma.
Bati as natas (a receita dizia 300ml, mas como eu gosto pouco de natas, pus apenas um pacote de 200ml e abusei na fruta) e, quando estavam expessas, acrescentei morangos cortados aos pedaços. Por fim, a filhota tratou de sugerir a decoração. Claro que, com a ajuda dos pequenos, os morangos iam desaparecendo à velocidade de um "ai". É preciso ser muito rápida, para ter com o que decorar .
PS: Aquela rachadela do meregue ficou na foto como prova da curiosidade do meu filhote.
...aqui, deste lado da montanha.