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É sempre assim. As coisas sucedem-se sem pausas. Eu com tanto para escrever e o tempo a fugir-me por entre os dedos. É amanhã. Prometo que é amanhã. Ah! Amanhã é que vai ser...
Visitas de inspetores de avaliação externa, que obrigam a reuniões para entrevistas em paineis; visitas a orientadoras de mestrado, que obrigam a leituras apressadas e viagens inesperadas; visitas de familiares para festas de aniversários, que obrigam a colchões montados no chão, e multiplicação das roupas de cama como o milagre da multiplicação dos pães; visitas de febres teimosas, que obrigam a noites em branco e dias negros...
Portanto, prometo escrever amanhã, porque assim vai o mundo...
...aqui, deste lado da montanha.
Já tinha avisado. Os planos para 2015 só aparecerão a partir de meados do mês, mas há projetos ou, pelo menos, esboços de projetos.
Fizemos contas à vida. E as contas não batem certo. Não para mim. Não para nós.
Depois de um ano em que gastámos tudo o que pudemos em viagens a hospitais e em visitas que não podíamos deixar de fazer, porque ensombradas pelo terror de serem as últimas, chegámos à conclusão que temos de parar. Temos de fazer uma pausa em portagens e em gasóleo, em almoços à pressa em estações de serviço ou restaurantes de beira da estrada.
Decisão para este ano: ir menos vezes a casa dos pais, dos sogros, da mana, da família grande.
Estamos cansados de não estarmos em casa, na nossa casa, Estamos cansados de fazermos mals, desfazermos malas, refazermos malas. Estamos cansados...
Em contrapartida, aceitamos visitas!
...aqui, deste lado da montanha.
Na hora indecisa entre o ontem e o amanhã, não posso já falar do dia da mãe; não posso ainda deixar de falar do dia da mãe. Voltei ao Zmar. E ainda bem.
É campismo, com o conforto de uma casa; é hotel, com espaço, muito espaço, ao ar livre para os miúdos; é feito a pensar nos pais, porque há mil atividades para os filhos, é ecológico, sem faltar nada. Gostei.
Mais ainda, porque houve tanto sol! E nós andávamos desesperados de desejo do sol...
Regarregámos as baterias. Fizemos uma pausa na incerteza que têm sido estes meses estranhos desde o início do ano.
Amanhã?! Não sabemos o que nos espera...
...aqui, deste lado da montanha.
Sábado foi dia sem luz. Os miúdos, desesperados pela falta do Panda e do Disney, viram-se obrigados a brincar ao faz de conta com os carrinhos e as bonecas, viram-se obrigados a arrumar os puzzles e os legos, cada um na sua caixa; o marido, desesperado pela falta da internet e do telemóvel, viu-se obrigado a arrumar os terraços, a fazer um almoço especial para todos nós, viu-se obrigado a organizar os baralhos de cartas com os miúdos, enquanto lhes explicava como se jogava; eu, desesperada pela falta de energia para lavar a roupa, secar a roupa, passar a roupa, vi-me obrigada a arrumar os quartos dos miúdos, vi-me obrigada a organizar papéis e livros e cadernos e, no fim, ainda brinquei um pouco com eles...
Sábado foi dia sem luz. Jantámos à luz de velas. Muitas... e foi tudo uma brincadeira. Os miúdos tiveram as suas histórias da noite mais compridas, porque não havia pressa. Depois, ficámos à lareira, a ouvir música no pequeno rádio a pilhas, a conversar, enquanto eu fazia crochet...
Sábado foi um dia sem luz, muuuiiiito bom.
...aqui, deste lado da montanha.
Atarefadíssima a preparar o aniversário da miúda e o, simultâneo, batizado do miúdo.
Optámos, novamente por um batizado menos que familiar, cingido aos pais, padrinhos e avós... Entre o 8 e o 80, continuamos a optar pelo 8, mais barato, mais rápido, mais simples, mais ao gosto da casa. Eu perdida me confesso, os batizados são coisas que não me dizem muito, mas dizem muito à maior parte das pessoas de quem gosto e, por isso, batizam-se as crianças. Se o faço só para agradar aos outros? Faço, sim. Aí está uma coisa que me dá imenso prazer, fazer coisas para agradar às pessoas de quem gosto!!
Ah, a propósito, alguém tem uma receita de um bolinho de aniversário bem bonito que possa ser feito em casa?? É que o rapaz não quer saber de bolo que não seja de chocolate, mas chocolate e batizado parecem duas palavras que não se dão muito bem. Pensei em chocolate branco, alguém tem??
...aqui, deste lado da montanha.
Fomos à Vila Natal ou, mais especificamente, a OLETSAC, difícil e, quanto a mim, muito mal conseguido anagrama de castelo... Mas a entrada em oletsac foi apenas a primeira mal esperada surpresa desta tarde. 5 euros para pagar foi quanto nos pediram, 5 euros por pessoa! Sendo a família de 4 elementos ( o pequeno de três anos também pagava) e, dado que não quisémos deixar nehnum de fora, lá pagámos os vinte euros com a convicção de que haveriam de valer a pena....
A partir da entrada, foi um tal ataque às nossas carteiras, conseguido em grande pelo apelo aos mais pequenos, por um lado, e pelo malvado espírito natalício, por outro, que houve um momento em que ansiei que, por artes mágicas, encantatórias ou diabólicas, me levassem dali para fora. Pagar o carrossel, pagar as atividades desportivas, pagar a patinagem (uma hora e meia de patinagem teria dado para pagar as oito horas por mês de aulas da minha filha...); pagar o kart, pagar as pipocas... graças a Deus, tínhamos acabado de comer antes de entrar, e eu tinha ido prevenida com uma garrafinha de água, ao bom estilo portuga!
Não entendo qual é o objetivo de tais medidas. Não percebo porque é que dentro das muralhas pagamos três euros por um croissant e cá fora um euro e meio, que já é mais caro do que em qualquer boa pastelaria, por sinal, não entendo porque é que dentro das muralhas nos pedem um euro e meio euro por uma ginjinha e, transposta a porta do castelo nos pedem um euro... Há qualquer coisa de desencantado nisto! Alguem me explique! E, já agora, alguém me explique também como permitem num evento desta grandeza que os preços sejam apresentados com etiquetas que se sobrepõem e sobrepõem, claramente a marcar a diferença de preços de acordo com o quê? a disposição dos duendes???!!
...aqui, deste lado da montanha.
Cá em casa somos os dois funcionários públicos. Já se sabe, não fazemos nada e só "chulamos" o país. Para além disso, neste momento, recebemos menos 400 euros por mês (200 porque sim, e 200 de subsídio de especialização e acerto de escalão, seja lá o que isso for...), não vamos ter subsídio de férias, nem 13º mês ( o que significa que, no Verão, a caixa do ecomarché, como é pobre, coitadita, vai de férias para uma casinha na praia de Mira, e eu deixo de ir para o Algarve, não para ir com ela para a Praia de Mira, mas para ficar em casa, porque nas férias não vou ter subsídio). Como ainda está toda a gente, inclusive a caixa do intermarché, a pensar que é bem feito, porque eu tenho um bom salário, e só "chulamos" o país, ainda ninguém se lembrou que este ano, como não vou de férias, também não vou fazer as compras para as férias ao intermarché, e o intermarché não vai vender, e é provável que tenha menos clientes, e é provável que venha a dispensar empregados, talvez a caixa que ia de férias para a Praia de Mira...
Assim sendo, desabafos e 400 euros à parte, sou agora obrigada a ser criativa. No aniversário dos miúdos sempre fiz as sobremesas todas, mas sempre comprei o bolo de aniversário na pastelaria, principalmente por causa do "desenho", que eles escolhiam com tanto gosto. Este ano, tive de inventar e lá a convenci que giro, giro era sermos nós as duas a fazermos o bolo, para ela levar para a escola e para a festinha cá de casa. Convenci-a com o bolo de gomas e pintarolas, em vez do desenho das Winx que ela queria... Os bolos ficaram ótimos, que eu sou pessoa modesta, e fiquei fã. Bons, bonitos e, principalmente, baratos. Pela primeira vez, não sobrou uma fatia de bolo de aniversário para o dia seguinte, vá-se lá entender as minhas pessoas...
...aqui, deste lado da montanha.
Hoje apeteceu-me ovos com açúcar, grão de bico com massas, posters de santos colados nas paredes com cola feita de farinha amassada, acordar ainda de noite para beber um chá, adormecer com as galinhas (às seis da tarde) e não ter televisão, nem rádio, nem relógio... Hoje lembrei-me de quando dizias que não podias ficar na nossa casa porque tinhas as galinhas sozinhas, ou dizias" batatas são para os gatos" e " o que guarda o frio, guarda o calor". E isto leva-me a creditar que as pessoas só morrem realmente quando nos esquecemos delas.
...aqui, deste lado da montanha.
Tenho pressa de te ter nos meus braços, de te tocar, de te sentir. Sei que precisas de tempo, sei que precisas de crescer, sei que precisas de nascer e, novamente, crescer e, novamente, um tempo, prometo que pequeno, pequeníssimo, para me amares. Eu amo-te, assim, às escuras, sem te ver, sem te conhecer, sem te ter.
Quando for o teu tempo, e vieres para nós, vais sentir este amor e vais querer mais, porque é bom ser amado assim, e nascer do amor, no amor, com amor, e vais ser feliz, porque a tua (fada) madrinha assim o quis!
...aqui, deste lado da montanha.
Não sou pessoa de uma mulher só. Tenho quatro. Quatro meninas diferentes, por quem sinto amores diferentes, com quem vivo de formas diferentes.
Este fim-de-semana duas das mulheres da minha vida fizeram anos, por isso, foram dois dias em grande, de beijos, de desejos de muitos mais anos, de vontade de partilhar mais, de vivermos mais, de sermos mais. Sabe tão bem celebrar um aniversário de quem se gosta!!!
...aqui, deste lado da montanha.