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Tenho esta fantasia de organizar uma jantarada com uma dezena de pessoas que gostaria mesmo de conhecer. Ficávamos ali a jantar pela noite fora, a petiscar e a beber uns copos, e conversar, conversar, conversar, coisas sem importância com a importância toda do mundo.
Para jantar, e a encabeçar a lista, Ricardo Araújo Pereia, porque é genial, e, entre genial e génio, confunde-me as ideias; Rui Veloso, pela música de sempre e para todos, e , entre o ar boémio e de bon vivant, há uma guitarra para animar a noite; Pedro Boucherie Mendes, pela ironia, a arma mais mordaz-eficaz dos inteligentes com pretensões a ser diferente; Cristiano Ronaldo, porque só quem não o conhece pode não gostar dele, e é grande o rapaz; Valter Hugo Mãe, porque Saramago morreu cedo demais, e, contrariamente ao que se apregoa, os amores não são eternos, são efémeros e buscam substitutos ao virar da esquina.
Vou a meio da minha lista. Políticos não entram, padres também não. Não sei explicar bem porquê, mas vejo-os mais ou menos ao mesmo nível.
Mulheres, não as encontro. Divido-me entre a frustante convicção de que não há mulheres com quem valha a pena jantar ou a hipótese de eu mesma estar embebida da mais pura inveja em relação aos outros elementos do meu género, o que, admita-se, só viria confirmar a minha condição feminina.
Bem, lembrei-me agora que, em desespero de causa e para que a causa não desepere, pois tanto homem junto também não pode ser bom, era capaz de convidar a Erica Fontes. Sempre garantia que os rapazes tivessem alguma razão para aceitar o convite...
Para ler, Eça de Queiroz, O Crime do Padre Amaro.