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Tenho saudades tuas.
Se, por acaso, encontrares os meus olhos presos aos teus, quando nos cruzarmos no corredor, antes de pegarmos as chaves para sair, ou pressentires o toque das minhas mãos nos teus braços, enquanto levamos os nossos filhos à escola, ou adivinhares o calor dos meus lábios na tua pele, assim que acabarmos de levantar a mesa, saberás que tenho saudades tuas.
Não porque tenha dúvidas, mas porque tenho certezas, e estou, outra vez, apaixonada por ti; não porque haja rotina, mas porque os dias são irrepetíveis, e, contigo, são tão mais bons; não porque namoremos pouco, mas porque continuamos, ainda, a namorar tanto, e eu gosto...
... aqui, deste lado da montanha.
Gosto de ti. Assim, apenas, simples, gosto de ti. Já não sei há quanto tempo gosto de ti. Não sei quanto tempo vou gostar de ti. Pode ser até à eternidade. Pode ser só mais um segundo para além deste em que, imensamente feliz, te digo "Gosto de ti". Para além disso, não há mais nada, nem dia dos namorados, nem jantares em restaurantes apinhados de casais à procura das palavras para serem felizes, nem ramos de flores comprados para alguém que nem gosta muito de flores. Para além disso, só um, assim simples, gosto de ti.
Gosto de ti assim como "a invenção dentro da memória; a memória dentro da invenção; e toda essa cavalgada de uma grande fuga, todo esse prodígio de umas poligâmicas núpcias, secretas e arrebatadas, com a feminina multidão das palavras: as que se entregam, as que se esquivam; as que é preciso perseguir, seduzir, ludibriar; as que por fim se deixam capturar, palpar, despir, penetrar e sorver, assim proporcionando, antes de se evaporarem, as horas supremas de um amor feliz".
... aqui, deste lado da montanha.
Entre a febre que vem e a febre que desaparece, a febre que tem atacado, dia sim, dia não, a Princesa, que atacou o beberrucho, que me atacou a mim, sobrou, no essencial:
a minha mana a fazer-me imaginá-la linda de noiva, porque há mulheres assim: nasceram para vestir um vestido de noiva!! E não, ela não vai de chapéu de cowboy, mas não há sapos de véu...
a minha princesa linda vestida de sevilhana, embora ela diga que é a Branca de Neve(?). A avó acertou em cheio com o vestido comprido cheio de folhos; o pior é que, agora, quer usá-lo todos os dias...
a conversa boa, que pode muito bem ter criado uma nova "moda", no falar e no fazer: vira-te e esboracha-o!
o meu beberrucho que está cada vez mais cutchi-cutchi.
o meu amor, porque foi dia dos namorados e nós somos muito namorados, e não é só no dia dos namorados.
Caim e A sombra do que fomos acabados e Amor no rio das pérolas a começar.
Isto tudo, sempre, sempre, entre termómetros. Já estou farta! Mas, há sempre qualquer coisa boa para contar, como se vê.
...aqui, deste lado da montanha.