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Já se sabe, não sou crítica confessa, dada a pretensões de Pedro Boucherie Mendes (de quem sou fã, admito) com a sua legião de milhares de seguidores para o bem e outros tantos seguidores para o mal, não sou fazedora de opiniões, nem de modas, nem de bolos, nem do que quer que seja.
Aquilo que aqui escrevo é para os meus dois, vá lá três, leitores, agora quatro, porque não posso esquecer o meu anónimo de Mountain View que insiste em permanecer anónimo...
São guerras minhas, é certo, mas quem não travou já uma guerra contra estes inimigos, ou não chegou aos vinte e não sabe o que é a celulite, ou não chegou aos trinta e não sabe o que é bolor. Esses, podem parar de ler, por favor e vão dar uma voltinha por aqui.
Aos outros dois, vá lá, três, agora quatro, leitores, este foi o inimigo que eu hoje tive de enfrentar:
Noutros tempos, usei contra tão feroz inimigo aquela que considerava a única arma possível: lixívia! Mas hoje, filhos alérgicos assumidos, para evitar (mais) idas ao hosital com crises de falta de ar, há que fazer experiências: este, porque toda a gente usa, e este, porque não tem cheiro.
O primeiro é excelente e imediato. Depois de dez minutos, não há pintinha preta para contar história, mesmo sem esfregar. Tem lixívia, sim, porque a minha roupa ficou toda manchada. O outro, mais demorado, é preciso esfregar, parece-me de atuação mais prolongada, do género de matar por dentro, mesmo que não se veja por fora, enquanto o primeiro é mais uma maquilhagem bem feita que elimina por fora, mas que me deixa algumas dúvidas quanto à duração. Usei o primeiro na casa de banho e cozinha e o outro no quarto do miúdo. Agora, esperar para secar e, depois, pintar a gosto...
Já agora, não esquecer de colocar luvas, óculos e máscara. Mesmo parecendo que não, estes produtos fazem os seus estragos na pele e nos olhos:
...aqui, deste lado da montanha.
Parece-me mesmo a propósito a recomendação da agenda do lar para o dia de hoje. Com este sol todo já dá vontade de arrumar de vez as roupas de inverno que já estiveram mesmo, mesmo, dobradinhas e embaladas, mas que, devido à interrupção brusca, lá tiveram de voltar aos armários. Agora, deve ser definitivo. Por isso aqui fica, do tempo das avós:
"Como combater as traças
Antes de arrecadar os seus vestidos e casacos de inverno limpe-os de nódoas e liberte-os de pó, porque a menor mancha ou menor traço de poeira é um chamariz de traças.
Costuras, bainhas, interior dos bolsos, tudo deve ser bem escovado e limpo.
Depois disto, embrulham-se os abafos, as peles, e tudo, enfim, que se limpou e não servirá senão no inverno, em papel de jornal humedecido com terebintina, pois a tinta de impressão, referçada com a terebintina tem um forte poder inseticida. Para maior intervenção pode-se meter a roupa assim embrulhada em sacos de papel não cosidos mas colados, para ser menos provável a entrada do insecto. No exterior de cada saco descreve-se o conteúdo."
Devo lembrar que mantenho a linguagem exata do que está escrito na agenda de 1964, com alterações de ortografia e, eventualmente, pontuação. De resto, é mesmo plágio... ainda que entre aspas...
Agora, vou pôr mãos à roupa e limpar e arrumar o que houver para limpar e arrumar. Nesta tarefa ingrata, dá-me apenas alento a esperança cada vez mais ténue de descobrir alguns cêntimos, que alguém tenha esquecido num dos bolsos...
...aqui, deste lado da montanha.