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Leio por aí que morrem pessoas. Leio que morrem por aí. Mortos da guerra, mortos da fome, mortos da pobreza, mortos da estrada, mortos dos homens, mortos dos deuses. Leio e entristeço-me e sorrio. Há uma certa alegria nesta certeza de estar viva. Há uma certa alegria na possibilidade de aproveitar pequenos nadas que são tudo aos pés dos mortos das guerras, da fome, da pobreza, da estrada, dos homens e dos deuses que há por aí.
Há, decerto, felicidade. Um esquecimento do que é pequenino e insignificante, aos pés da grandeza dos meus amores. Os olhos dos meus filhos, as mãos do meu homem... Poder voltar para casa. Ter uma casa, para poder voltar. Levar a vida com os olhos no outro lado da montanha, para lá chegar e não chegar só, porque a solidão de que gosto é a de estar a sós comigo e não, nunca, separada dos outros. Levar a vida com a alegria de ainda ter a possibilidade de estar viva.
...aqui, deste lado da montanha.