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Tenho saudades tuas.
Se, por acaso, encontrares os meus olhos presos aos teus, quando nos cruzarmos no corredor, antes de pegarmos as chaves para sair, ou pressentires o toque das minhas mãos nos teus braços, enquanto levamos os nossos filhos à escola, ou adivinhares o calor dos meus lábios na tua pele, assim que acabarmos de levantar a mesa, saberás que tenho saudades tuas.
Não porque tenha dúvidas, mas porque tenho certezas, e estou, outra vez, apaixonada por ti; não porque haja rotina, mas porque os dias são irrepetíveis, e, contigo, são tão mais bons; não porque namoremos pouco, mas porque continuamos, ainda, a namorar tanto, e eu gosto...
... aqui, deste lado da montanha.
Fugimos do tempo que guia o toque dos teus dedos; corremos atrás dos sítios que são só nossos. Encontramo-nos, quando todos os outros se despedem. E somos amantes.
...aqui, deste lado da montanha.
E se o chão desabar, que nos leve aos dois...
Gosto de ti. Assim, apenas, simples, gosto de ti. Já não sei há quanto tempo gosto de ti. Não sei quanto tempo vou gostar de ti. Pode ser até à eternidade. Pode ser só mais um segundo para além deste em que, imensamente feliz, te digo "Gosto de ti". Para além disso, não há mais nada, nem dia dos namorados, nem jantares em restaurantes apinhados de casais à procura das palavras para serem felizes, nem ramos de flores comprados para alguém que nem gosta muito de flores. Para além disso, só um, assim simples, gosto de ti.
Gosto de ti assim como "a invenção dentro da memória; a memória dentro da invenção; e toda essa cavalgada de uma grande fuga, todo esse prodígio de umas poligâmicas núpcias, secretas e arrebatadas, com a feminina multidão das palavras: as que se entregam, as que se esquivam; as que é preciso perseguir, seduzir, ludibriar; as que por fim se deixam capturar, palpar, despir, penetrar e sorver, assim proporcionando, antes de se evaporarem, as horas supremas de um amor feliz".
... aqui, deste lado da montanha.
Acordar com um hálito quente na orelha que sussurra "amo-te!" e, entre o sonho e a realidade, abrir mansamente os olhos e mergulhar no castanho-verde-dourado dos teus...
...aqui, deste lado da montanha.
Vivo cercada pelas palavras, ou não fosse eu uma leitora compulsiva desde que aprendi a ler, mas as palavras parecem-me sempre insuficientes. Nunca encontrei as palavras para descrever as mãos da minha mãe, um olhar terno dos meus filhos, um abraço de um amigo... um grande amor...
Por vezes, a música ajuda, mas, por vezes, até ela é tão pouco, tão pouco.
Gosto muito de você, leãozinho,
Para desentristecer, leãozinho,
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho
Falta-me o tempo para as palavras, faltam-me as palavras para este tempo, mas encontro e sinto em mim as palavras de Vinícius de Moraes, que dedico a ti, meu amor.
Não me sai da cabeça... e tu também não.
...aqui, deste lado da montanha.
Eu sei, eu sei, não deveria escrever este post porque ele vem por cá dar umas espreitadelas e eu arrisco-me a nunca mais ter sossego e a ter que levar com sessões de convencidismo e de "sou mesmo bom" ou de "gostas mesmo de mim". Mas, pronto, rendo-me. O rapaz merece. E eu gosto mesmo dele.
O MEU (o possessivo é para afastar quaisquer mafarricas com pretensões erradas) homem é um espectáculo. Tem sido um apoio enorme nesta fase tão atribulada e estranha. Não me ajuda, porque, como ele diz, ajudar é pressupor que eu é que faço e, na verdade, ele tem dividido todas as tarefas cá da casa comigo e tem-se revelado um verdadeiro "dono-de-casa": cozinha, toma conta da Pompinhas( e só ela é suficiente para deixar 3 ou 4 cansados), vai às compras (mesmo tendo que pedir ajuda para comprar pensinhos diários
...), deixa-me descansar (e ver os episódios que não consegui ver do flashforward), tira-me cafés como eu gosto, e ainda vai dizendo que eu estou com bom aspecto (
:olheiras até ao queixo, cabelo a querer metamorfosear-se em esfregão da loiça, pernas a fazer concorrência às dele em termos de pelosidades, uns quilinhos a mais e uma barriga que, ainda (tenho esperança!), não cabe nas minhas roupas)... Eu amo mesmo este homem!
Afinal, os príncipes encantados dos contos de fadas existem. Têm defeitos, é verdade, mas existem...
PS: o post dos defeitos fica para outra altura em que o rapaz não faça tanta falta como agora.