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Dizem-me "não tenho tempo para praticar desporto, não tenho tempo para um hobbie, não tenho tempo para estudar, não tenho tempo (imagine-se!!) para ler"... e eu, bem, eu parece sobrar-me tempo da falta de tempo que tenho.
Dizem "não tenho tempo para", como se não tivessem tempo para viver, quando a mim me parece que o tempo é todo, todo, para viver.
É verdade que às vezes julgo que os dias têm o dobro das horas. É verdade que as vezes pareço meio louca, apressada a enganar os minutos. Mas, no fim, são estes os bons dias vividos.
Entre um trabalho sem horários muito definidos, que se prolonga em reuniões intermináveis pela noite fora, entre os filhos na piscina, e na ginástica, e no parque, e na escola, entre as aulas de Mestrado em horário pós-laboral (o que é isso?), entre os dias em que sou mãe e pai e avó e avô e tia e vizinho, porque a família está longe, e o pai anda às voltas com o seu tempo, entre conversas de hospital e quimioterapia, entre as corridas de fugida no intervalo de dois tempos e as braçadas na piscina durante a aula de natação da miúda e o jantar que ainda tenho de ir comprar, entre uma página do último livro comprado e um amigurumi feito, desfeito e refeito, ainda encontro tempo para sentir o sol na pele... e é aí que o meu tempo se expande... entre o sol e os meus amores.
...aqui, deste lado da montanha.