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No dia em que parece que mais alguns iluminados chegaram à conclusão que aquilo que era privado no facebook afinal não era tão privado assim (a sério?!! Acreditam mesmo que colocam seja o que for numa coisa que se chama World Wide Web e que são os únicos do mundo? É o cúmulo do egocentrismo!!), e sabendo-se do meu ódio de estimação pelo facebook, vejo-me obrigada a render-me à evidência de que o facebook cria uma realidade à qual muitos já não conseguem fugir.
Já me tinha deparado com a situação, réplica do que há uns anos acontecia, mal!, com a wikipédia, de alguns entendidos em certos assuntos que terminavam a argumentação com um "eu li no facebook" ou "vi num vídeo no facebook" e tu rendes-te perante tal argumentação tão válida como "eu bem sei que o sol anda à volta da terra, que eu bem vejo e não sou cego..", mas eu sou inadaptada com estas coisas do dito facebook e ainda acreditava que quando um casalinho tão feliz, tão feliz, publicava fotografias sempre tão lindas, tão lindas, com comentários tão amorosos, tão amorosos, SÓ tinha mesmo um problema qualquer com a sua privacidade.
Depois, um dia, não vou dizer qual, fomos a uma festa, e chegámos, eu, o marido e não, não tirámos fotografia para publicar. O casalinho feliz tirou. Durante o jantar, conversámos tanto quanto nos foi possível, entre miúdos que queriam atenção e amigos com quem queríamos partilhar momentos. O casalinho feliz disse-se um "passa-me a garrafa do champagne", porque os finos dizem champagne, mesmo quando bebem espumante. Depois do jantar dançámos como loucos, juntos, a sós, e bebemos, e tirámos fotografias, que não publicámos no facebook. O casalinho feliz esteve separado o tempo todo, ela de telemóvel na mão (o tempo todo! nem sabia que os telemóveis aguentavam tanto tempo ligados...), ele a olhar para os que dançavam.
Três dias depois quando abri o facebook, verifiquei que eles tinham quase 80 gostos na foto que publicaram a dois quando chegaram à festa...
Não sei se somos mais felizes do que o casalinho feliz. Sei que o que somos felizes é o que somos felizes, não o que publicamos, nem a quantidade de gostos que nos fazem.
os momentos de maior felicidade são aqueles em que por razão nenhuma dançamos a quatro uma qualquer música que está a passar na rádio. Não há fotografias, nem facebooks, nem publicações. Mas garanto-vos que estes momentos existem.
...aqui, deste lado da montanha.