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Havendo uma oportunidade, ainda que rápida, convidei o meu amor para um almocinho a dois, mas, como o tempo escasseava, acabámos por não ir muito além da cantina dos professores (restaurante colado à escola, entenda-se). Assim sendo, portas meias com a escola, acabámos por dividir o espaço com todos os meus colegas da uma e meia... O marido, comprovando sem querer a minha teoria de que os homens fingem que não, mas reparam nestas coisas que se fartam, disse-me entredentes "Já tiveste colegas com melhor aspeto!" E eu, que não quis dar bandeira, porque só nos fica bem fingir que acreditamos que eles não reparam nessas coisas, não lhe dei muita importância; mas, de regresso à escola, não perdi muito tempo sem me fingir de morta e ver bem, com olhos de Pipoca Mais Doce, aquela sala de professores.
Chega a ser deprimente. Nota-se que as pessoas mais novas não tem dinheiro para roupas e usam vezes sem conta aquilo que usavam há mais de um ano atrás, mesmo muitas tendo engordado ou, pelo contrário, emagrecido. Os mais velhos pararam no tempo. Lá estão, fixos, sensaborões, sem graça, sem estilo. Lamentável! Há uma certa camada de frustação que se agarra como lapa aos professores e os reveste substituindo-lhes a roupa.
Sabem aquele conceito de professora de camisola de lã já velhinha, decerto primeira experiência nas malhas, feita pelas mãos da própria, cor-de-rosa bebé de preferência, com saia de bombazine verde daquele tamanho que não é curto nem comprido? A escola tem. Sabem aqueles professores que usam as calças de ganga tão puxadas para cima que a metros de distância se consegue legendar aquelas partes que, muito apropriadamente, se designam por íntimas? A escola tem. Sobretudos cor-de-burro-quando-foge, calças de ganga da mãe, camisas apertadinhas no colarinho... há de tudo isto, só não há mesmo é gente gira ou pessoas que, pelo menos, revelem um bocadinho pequenino de prazer em se vestir.
[e olhem que eu nem sou muito, muito fashion victim, nem coisa que o valha... vi isto só com olhos de estranha a entrar pela primeira vez naquela sala de professores]
...aqui, deste lado da montanha.