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Precisava de ter um amigo que não fosse meu amigo. Gostava de ser como algumas pessoas que eu não conheco quase de lado nenhum e que me contam os seus problemas como se eu fosse a sua melhor amiga, aquelas pessoas que entre a morte da mãe, a doença do sogro e a adopção dos filhos me perguntam como é que eu me chamo. Eu precisava de ser assim. Há coisas que precisamos de dizer, mas não se podem dizer aos amigos.
Tenho, às vezes, pensamentos, ideias, que, em vez de se esfumarem, desfazerem, abandonam o esboço, ganham contornos cada vez mais nítidos...
Não me perguntem nada, não me ponham entre a espada e a parede. Para se tranquilizarem, pensem, apenas, que a influência de Pessoa assaltou a minha alma, a invadiu, a tomou de assalto. Pensem, apenas, que amanhã as palavras serão já outras.
...aqui, deste lado da montanha.