Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Para quem não sabe:
os professores são avaliados por colegas que não são, necessariamente, seus superiores. Muitas vezes somos avaliados por colegas que, no próximo ano, serão avaliados por nós.
Os professores são avaliados por colegas que não têm, necessariamente, mais formação. Muitas vezes somos avaliados por colegas que no final da aula nos perguntam como se faz determinada actividade ou como dominamos tão bem determinado conteúdo.
Os professores são avaliados em função de cotas que não são, necessariamente, acessíveis a todos os avaliados. Muitas vezes a minha aula até foi excelente, mas como o avaliador sabe que só há cota para um execelente (e ele também está a ser avaliado...) a classificação atribuída é muito bom, porque não há cotas. Um professor pode ouvir "a tua aula foi excelente, mas só vais ter muito bom, porque não há cotas" e isto é estranho, muito estranho!
Os professores que fazem aulas observadas fantásticas não são, necessariamente, os que fazem as melhores aulas não observadas. Nem vou comentar. Fico chocada ao ver colegas que nunca prepararam uma ficha das mais básicas para os seus alunos, de repente, aperecerem com estratégias do arco da velha, actividades mirabolantes a rasar as artes circenses, enfim, uma fantochada!
Os professores são avaliados de uma forma numa escola, mas se estivessem na escola ao lado teriam outra avaliação, porque há mais cotas, ou os avaliadores são menos exigentes, ou a escola tem outros critérios...
Como vêem, esta parte da avaliação já é suficientemente irritante, mas irritante, irritante, ao ponto de te enjoar é veres que os professores deixaram de andar preocupados com os resulatdos das actividades que fazem, para passarem a estar preocupados com as evidências do que fazem. Eu explico: os professores têm de apresentar evidências do que fizeram (relatórios, actas, planificações, assinaturas, papéis, papéis, papéis...), então, muitos colegas deixaram de centrar os seus objectivos nos alunos, na comunidade escolar e passaram a centrá-los, unica e exclusivamente, em evidências, e isto, isto é extremamente lamentável!
Houve uma época em que o professor estava no centro do processo educativo, de seguida, esse lugar foi ocupado pelo aluno e, agora, não tenho dúvidas de que a avaliação de professores ocupa esse lugar fulcral do processo educativo. Nas escolas, tudo é, tudo se faz, tudo acontece em função da avaliação de professores... Mas ninguém está a ganhar com isso.
...aqui, deste lado da montanha.