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Não percebo de sapatos. Nada. Zero. Bem, talvez só um bocadinho, de vista. Sei o que são uns Louboutin. Já os vi. Sei o que são uns Manolo Blahnik. Já os vi. Sim, também vi a Sarah Jessica Parker...
Mas não é preciso ser a Sarah Jessica Parker para perceber que não basta calçar o raio dos sapatos de salto. Para valer, tens de usar os sapatos como se eles fossem a continuação natural da tua perna e não um mecanismo de tortura que alguém criou só para te fazer infeliz.
Não percebo de mulheres que não sabem usar sapatos. Não percebo de casamentos em que mulheres que não sabem usar sapatos, ao fim de uma hora, num evento que é suposto ter, vá lá, dez horas, já se encontram de sapatos baixos. Já troquei muitas vezes de sapatos durante casamentos, aliás, no meu casamento troquei quatro vezes de sapatos, mas quando a troca se impõe não nos podemos esquecer da roupa que temos vestida... Nunca, nunca abandonar os saltos altos com vestido de cerimónia.
Porque isto até pode parecer confortável (não a mim), mas, convenhamos, se mais acima tens um vestidinho justo de cetim, acabadinho de estrear, vai parecer estranho, não?!
Ah! Já agora, também não é má ideia aprender a andar de saltos altos. Treinem em casa! É melhor do que parecer que têm alfinetes espetados nos pés.
...aqui, deste lado da montanha.
estou a perder-me entre Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia.
Nunca foram tentados ao primeiro olhar, só porque algumas palavras decidiram juntar-se para vos provocar??
Há vícios que têm de perdurar para lá da crise. Digo eu a mim mesma, na esperança de uma desculpa mais do que esfarrapada. Que significa levar o almoço na marmita ou usar as calças mais do que revistas? Enquanto houver um livro por ler, haverá um mundo para lá da crise...
...aqui, deste lado da montanha.
Gosto de mudar de vida. Mudar de vida é bom. Eu estou sempre a mudar: de terra, de casa, de trabalho, de gostos, de ideias... Do que eu não gosto é de comodismos entristecidos pelas desculpas daqueles que nasceram sem a capacidade de tentar.
As maiores derrotas não são não chegar ao outro lado da montanha, as maiores derrotas são não procurar o caminho para chegar lá. Não importa se te apercebes que tomaste o caminho errado, o que importa é que foste capaz de deixar a sombra da árvore da encruzilhada, porque as sombras são ótimas quando está sol, mas, ao anoitecer, podem ser extremamente sombrias para quem se deixa ficar.
Assim, e só, só para ti: sai de debaixo da árvore que eu prometo fazer o caminho contigo e, se tivermos de voltar para trás, aquecemo-nos um ao outro...
...aqui, deste lado da montanha.
E por que razão vi eu pela primeira vez na minha vida uma edição completa dos Globos de Ouro? Por que razão estava eu a apodrecer o que me resta do cérebro em frente do desfile mais ou menos sem graça da querida Bá-Bá?
Porque não estava a ler. E quem não lê não aprende, não sabe, não conhece e, depois, escreve tristes posts como este.
Por outro lado, porque há sempre outro lado na montanha, estava dedicada ao mais meu novo passatempo, que, contrariamente à leitura, me permite ver televisão, conversar e, principalmente, observar atentamente a minha filha filha na piscina, sem que ela me diga, com frequência, "mãe, não viste o meu salto... estavas só a olhar para o livro..." E, assim, das críticas da miúda aliadas à impossibilidade de ficar só a gabar os feitos dos filhos e a contar as historinhas e gracinhas de cada um, e a pensar "ai, o meu é que é bom!", enquanto eles se vão esforçando para se manterem ao de cima, nasceu o vício do crochet.
Que estou viciada, estou! Que esqueci os livros, não! Mas devo estar a ter mais ou menos o mesmo prazer que uma criança tem quando, depois de conhecer todas as letras, se ocupa a juntá-las, descobrindo novas palavras. Assim estou eu... a descobrir palavras!
Eu não sou muito destas coisas dos Globos de Ouro e atores, atrizes, modelos e companhia Lda., e qualquer coisa que tenha para dizer sobre o assunto, já se sabe, não interessa a nenhum dos meus dois, vá lá três, leitores. Nunca sei quem é o novo ator dos Morangos com Açúcar(ainda existe?) ou a nova modelito, que por acaso também é atriz, e, provavelmente, até canta e dança, e com alguma sorte, sabe tocar piano e falar francês... Assim sendo, nada tenho a dizer sobre os nomeados, que novidade também não trouxeram muita, uma vez que até conhecia 90% deles...
Não sou entendida nos assuntos que por lá se avaliam.
Mas, sou mortal, mulher, tenho olhos na cara e, pela primeira vez na minha vida, vi a edição toda do princípio ao fim, por isso, vou fazer-me de entendida.
Primeiro, este Gonçalo Teixeira alegra o dia de qualquer mulher. Irra! Finalmente, os modelos estão a deixar de ter aspeto de garotos efeminados de 13 anos e voltam a ter ar de homem... com barba e tudo. Se tivesse um botãozinho do Gosto, já lhe tinha clicado em cima...
Segundo comentário: então e a Luísa Sobral? Gosto dos Amor Electro, é certo, mas A Máquina já enjoa, como eu desconfiava que iria acontecer, e nota-se um não sei quê da SIC, na promoção do que é "deles", não??
Jorge Palma, melhor intérprete??! Intérprete de quê? o que é que ele está a interpretar?
Interpretar é fazer isto:
Quase dois meses depois, é tempo de fazer o balanço deste meu trabalho. Resumindo: dos brócolos só se veem as folhas; os tomateiros ganharam hoje, do dono verdadeiro e oficial, umas canas; os alhos franceses, estão a um terço do crescimento; as alfaces podem comer-se; as courgettes, bem as courgettes não as encontro em lado nenhum, logo, as courgettes foram devoradas pelas ervas daninhas; os morangos não resistem à passagem do meu filhote por aquelas bandas, nenhum chega à fase madura... o miúdo deve achar que os morangos são assim mesmo meio verdes, meio cor-de-rosa... não vermelhos. Os coentros cresceram e, antes que sequem todos, aproveitei-os para umas ameijoazitas que estavam mesmo a chamar por eles; a salsa foi-se ao almoço com o grão. Ou seja, das minhas horas dedicadas à agricultura, sobram umas amostras de tomateiros imberbes, umas alfaces raquíticas e umas couves boas para as galinhas, sendo que não as há por aqui.
Em suma: vou continuar a dedicar o meu tempo aos catos; não dão para comer, é certo, mas comem ervas daninhas ao pequeno almoço e os miúdos não se sentem tentados a devorá-los de cada vez que passam por eles...
...aqui, deste lado da montanha.
Hoje apetecia-me falar de sexo. Não como psicóloga, nem sexóloga, nem, sequer, entendida no assunto. Apetecia-me falar de sexo assim só por falar, como quem fala dos bolos que faz para os amigos, ou das tretas do dia-a-dia.
Se eu aqui falasse de sexo diria que os homens falam de sexo como se, e desconfio que acreditem mesmo nisso, só eles gostassem de sexo; e diria que as mulheres falam de sexo como se, e desconfio que os homens já as convenceram disso, não gostassem nada de sexo. Ora, vivem os homens procurando mulheres que gostam de sexo e as mulheres escondendo que gostam de sexo. O que, visto deste lado da montanha, me parece o raio de uma confusão!
Por isso, se eu fosse homem, poderia escrever assim tal e qual e, como é suposto os homens falarem de sexo como se só eles gostassem de sexo, talvez até já fosse banal falar de sexo no outro lado da montanha. Como sou uma Ni, e a emancipação ainda é muito um palavrão que fica bem nos livros, mas não nos blogs, não poderei publicar o post...
Pelo menos, não sem que me venham dizer que não deveria escrever estas coisas, sem que façam comentários atrevidos ou sem que pensem, vejam só a sem-vergonha!, que eu devo é gostar de sexo.
...aqui, deste lado da montanha.
A imagem da deputada italiana Licia Ronzulli com o bebé ao colo, que circulou e circula por muitos meios de comunicação, pode até ser um sinal da luta pela melhoria das condições das mulheres que são, simultaneamente, mães e trabalhadoras. Quanto a mim, nada me angustia mais.
Não é a imagem, entenda-se, mas rever-me nela.
Já se sabe que os professores não fazem nada e têm três meses de férias, pelo menos!, mas, para lá disso, dia sim, dia não, deparo-me com esta triste missão de ter de levar os meus filhos para as reuniões, sempre em horário pós-laboral. Dois filhos que não se contentam nunca em ficar a dormir ao meu colo, mas que precisam de atenção, de falar, de desenhar, de brincar, de comer, de fazer qualquer coisa. É sem orgulho nenhum que os levo comigo, num esforço que se divide entre ser mãe e professora.
...aqui, deste lado da montanha.
Se eu, agora, decidir desligar o computador, deixar os trabalhos da escola por fazer, as camas por arrumar, a roupa por dobrar, e calçar umas sapatilhas, e for correr, na praia, de preferência, isso também é mudar de vida, não??! E posso? E logo, não vou ter vontade de me suicidar por ter tentado mudar de vida?
Sou só eu ou toda a gente chega ao final do dia de domingo a achar que a partir de amanhã é que vai ser? Ah! e como amanhã é para começar a sério, sem doces, sem gorduras e com muito exercício todos os dias, hoje até podemos abusar só um bocadinho... só hoje! Amanhã, tolerância zero!
E sou só eu ou toda a gente já percebeu que, na manhã de terça-feira, a tolerância já é de dez, porque, caso contrário, não vamos aguentar a dieta, e hoje não vou poder ir à ginástica, e preciso de energia para trabalhar?
E sou só eu ou toda a gente já percebeu que na terça-feira à noite, afinal tens um jantar na quinta, e os miúdos precisam de um docinho de vez em quando, e sexta não vais poder ir outra vez à ginástica, o melhor é adiar a dieta até à próxima segunda. Sim, boa ideia. Segunda-feira é um ótimo dia para começar a fazer dieta. O melhor é ir buscar as bolachinhas de terça-feira à noite...
...aqui, deste lado da montanha.