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Epitáfio

por Ni, em 10.02.11

Não é justo! Não é justo que te findes, assim, ainda tão inacabado. És um Quasimodo, feito de lágrimas, de sorrisos, de desabafos.

Confidente, amigo, psicólogo, anti-depressivo... custa-me ser a mão da tua morte...

 

Aos meus dois, vá lá três, leitores, deixo um adeus saudoso e carinhoso, porque, escrevendo para mim, não o fiz senão para vós, presenças adivinhadas nas palavras que deixei neste pedaço de caminho até ao outro lado da montanha.

 

No entanto, é preciso morrer para nascer de novo, quase diariamente, aqui, deste lado da montanha.

 

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Livro de reclamações V

por Ni, em 03.02.11

Eu não me queixo muito. Não. Esta é apenas a 5ª vez que escrevo no livro, por isso, não me queixo muito, mas, raios partam, ele há coisas que acontecem neste país que eu não sei se ria ou se chore.

 

Hoje levei a miúda à creche, mas, assim que cheguei à escola, o meu coração de mãe, entre receios de febres mal apaparicadas e piorias consideráveis, fez-me voltar passado cinco minutos.

 

Peguei na miúda e percebi que, se queria ficar a tomar conta dela, como qualquer mãe quer, teria que ter um atestado para justificar a minha ausência na escola. Quem pode passar atestados? O médico de família.

Vou, às nove da manhã, com a miúda, ao centro de saúde.

Queria marcar uma consulta para o médico de família!

Quem é?

Não tenho.

Ah! Então tem de ser no atendimento complementar...

Queria marcar uma consulta no atendimento complementar.

Ah! O atendimento complementar é só depois das duas.

Está bem. Queria marcar uma consulta no atendimento complementar para depois das duas.

Ah! As marcações são por ordem de chegada.

 

duas e meia da tarde:

Queria marcar consulta no atendimento complementar.

Ah! tem treze pessoas à sua frente!(?)

Treze ?!!( a décima tinha chegado às duas, as outras tinham ficado desde manhã (?!)

 

café, voltinha... 10 pessoas

comprar lápis e caderno para miúda se entreter... 8 pessoas

ir a casa acender fogueira e costurar roupa... 5 pessoas

 

sete menos dez:

SÓfia

(?)

O que é?

Febre desde segunda-feira e tosse.

Ouve três inspirações e diz que está tudo bem. Até aqui levou meio minuto.Não viu a garganta, não viu os ouvidos, não viu se tinha febre. De seguida, põe-se a olhar para o ecrã do PC e para o teclado e procura, como boi a olhar para o palácio, as letras. Onde estão? Onde estão? Segura a cabeça entre as mãos. Procura outra letra...

Tenho a receita quatro minutos depois. Já SÓ falta o que me levou lá... O atestado.

Ah! O atestado... Vamos lá a ver se...

Quer o meu cartão, doutor?

Não, não...

Não?!...

 

Quatro minutos depois tenho um papel na mão. Saio e passo os olhos. Enganou-se a preencher e tenho que voltar. Compreende-se. Afinal era preciso assinalar a hipótese adequada com uma cruz. Quer dizer, é de muito mau tom terem de obrigar uma pessoa a escolher, era muito melhor porem lá só uma hipótese para não confundir. Realmente, um médico ter de saber se a miúda de cinco anos que vem com a mãe é a própria mãe, é um familiar ou é um filho menor de dez anos é muito, muito difícil.

 

Volto atrás. Ele sai para falar com a enfermeira. Quando volta, traz o atestado da ADSE, o correto, portanto. Aquele não é feito no computador, é à mão. Deve ser mais fácil, penso.

Como é que se chama?

Dora Ni Ferreira...

Ferreira com um r ou dois?

????!!!!

Eu juro, não lhe respondi "com três", porque achei mesmo que ele não ia perceber...

 

Outra curiosidade: no primeiro atestado a doença não permitia sair de casa; no segundo, já permite. É o que se chama melhoria significativa.

 

Assim anda, ou melhor, não anda, está completamente pregado ao chão, o nosso país. Maus serviços, maus atendimentos, maus profissionais, más instalações (a casa de banho tinha a lâmpada fundida, tivemos de a utilizar às escura...), maus princípios, mau funcionamento...

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

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Lembrete

por Ni, em 01.02.11

Ó psstt, ó faz favor, ó senhores deuses, janeiro já acabou, não é? Já vai sendo tempo de virar esta página de doenças e noites mal dormidas, não??!

 

Agora, vou ali tirar a febre a um enquanto rezo para que o outro adormeça, sem grandes choradeiras, porque as reservas da paciência estão mesmo a terminar.

 

...aqui, deste lado da montanha.

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