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Ufa! Que alívio!

por Ni, em 23.10.10

Depois de uma semana de vira-que-vira, pautada por sono, sono, sono, cansaço, alguns problemas de consciência e apertos no coração (ai, que eu sou uma mãe tão desnaturada!), nada com um sábado a acordar bem de madrugada por dois pirralhos barulhentos para perceber que eu sou uma ótima mãe e que mereço tanto ir passear com o meu amor grande... E, se ficarmos a dormir até querer (conceito desconhecido), já vai valer a pena.

 

...aqui, deste lado da montanha.

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Os novos amores

por Ni, em 16.10.10

Ultimamente lembro com frequência uma expressão da minha mãe que diz que "pelos amores novos, esquecem-se os velhos". É assim que me tenho sentido, não a esquecer os velhos amores, mas sem tempo para eles. Não, não estou a falar de homens (podes ficar descansado, continuas a ser o homem da minha vida) e não, não estou a falar de filhos, nem de amigos, nem sequer de pessoas.

 

O o outro lado da montanha tem um rival. Apareceu por razões diferentes, é diferente, é muito profissional, mas, nesta minha impossibilidade de não me levar toda inteira para o meu trabalho, lá estou eu, também, a contar coisas, a falar de acontecimentos, que são sempre emoções. Este outro blog tem ocupado muitos dos minutos em que deveria estar aqui a escrever-vos.

 

Se não fosse ele, o outro, saberiam que o meu aniversário não me fez lembrar o poema de Álvaro de Campo, saberiam que no dia do meu aniversário ainda tinha na boca o gosto dos beijos do meu amor, ao som dos U2, saberiam que esta prenda de anos já passou mas ficará para sempre, enquanto se ouvir U2. Esta prenda não foi um bilhete para um concerto, esta prenda foi momentos de uma relação. Momentos bons.

 

Saberiam que, na escola, ando a construir a minha imagem, porque não quero ser sombra, porque não quero ser cópia, ando às voltas a lidar com coisas e animais, ando a aprender a contorná-los.

 

Saberiam que a minha amiga, aquela que nunca vem ver o meu blog, foi operada e eu, com o maior prazer do mundo, vou buscar-lhe o filho à escola. Saberiam que um destes dias me esqueci de o ir buscar, porque estive ocupada demais a não ser cópia, a não ser sombra, na escola. Saberiam que não me desculpo esse esquecimento e que percebi que não faz mal ser um bocadinho cópia, um bocadinho sombra, mas faz muito mal esquecer o filho de um amigo na escola.

 

E agora, que já cometi a inconveniência de escrever um post do tamanho de uma tese, vou preparar o jantar porque logo há rendez-vous.

 

...aqui, deste lado da montanha.

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O outro lado da paisagem

por Ni, em 08.10.10

Eu tenho uma casa (eu e o meu banco, diga-se em nome da verdade) num sítio maravilhoso, com uma vista lindíssima para o outro lado da montanha. Fica no alto de uma colina e consigo ver tudo à minha volta.

 

Quando não há vento em nenhum lado, é apenas porque ele brinca no meu terraço, quando há vento em algum lado, ele agita-se e enfurece-se no meu terraço, mas quando o vento se torna temporal, tudo à minha volta é vento, a minha casa é o alvo da fúria de todos os ventos, vindos de todos os lados, que se lançam revoltados contra as paredes, contra as janelas, contras as portas.

 

...aqui, deste lado da montanha.

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Fui ao estádio. Nunca tinha ido a um estádio. A uma campo de futebol, sim, de areia, com as linhas mal definidas por uma cal jogada ao chão, com o público ali a um braço esticado dos jogadores.

Ao entrar nas galerias, há uma sensação estranha de curiosidade, ouve-se ao longe o barulho abafado da multidão e tentamos imaginar o que está para lá das portas. Mas nada nos prepara para o calor humano, o barulho festivo, a vibração que nos atinge, que invade todos os nossos poros, assim que ultrapassamos a última barreira de acesso  às bancadas.

 

Antes dos jogadores entrarem em campo, há preliminares e sente-se a excitação crescente no público. Há ânsia, há vontade, há euforia e quando, finalmente, há movimento no túnel, a multidão, exaltada, grita, levanta-se, bate palmas.

 

A música rebenta e eleva-nos a um estado em que ora surgimos enquanto espectadores, ora nos sentimos como agentes do espectáculo. A  turba está grandiosa, magnífica e os U2 satisfazem todas as expectativas. Bono é o "caixeiro viajante que anda pelo mundo a vender cantigas".

 

Adorei.

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

 

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Amanhã

por Ni, em 01.10.10

...vai ser um dia bono! 

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Contas

por Ni, em 01.10.10

Eu gosto de estudar. Gosto de ir às aulas, sentar-me a ouvir os professores, perceber o que distingue os bons e os maus professores, aprender; por isso inscrevi-me num Mestrado e, parecia-me, tudo fazia sentido.

 

De repente, o horário é uma treta, absolutamente incompatível com ser mãe, incompatível com ter uma marido que tem um segundo emprego, para levarmos uma vida que seja qualquer coisita mais do que casa e comida, incompatível com ser trabalhador-estudante.

 

De repente, penso que não quero deixar os meus filhos ainda mais horas com pessoas que, afinal, não conheço.

 

De repente, percebo que preciso de pagar, muito, para estudar, porque é assim que as coisas funcionam com os professores que querem ser um bocadinho melhores professores e que querem progredir na carreira.

 

De repente, ouço o sr. Primeiro-Ministro dizer que os salários vão ter cortes na ordem dos 5%. Ora, desconto quase um terço do ordenado, o que faz com que ganhe pouco mais do que a minha mulher-a-dias, apenas o suficiente para lhe pagar 4 horas semanais... Vou ter mais um corte de 5%, o que faz com que a minha mulher-a-dias vá passar a ganhar mais do que eu...

 

De repente, nada faz sentido. Não, não gosto assim tanto de estudar...

 

...aqui, deste lado da montanha.

 

 

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