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Não gosto de coisas definitivas. As coisas têm o seu tempo, os gostos têm os seus tempos, as amizades têm os seus tempos... por isso, gosto de mudar a cor do cabelo, por isso, gosto de mudar os móveis de sítio, por isso, gosto de mudar de estilo; por isso, não gosto de tatuagens permanentes, por isso, não gosto de fazer sempre as mesmas coisas; por isso, não gosto de pessoas que não mudam.
Mas nesta inconstância pessoal, há coisas que vão ganhando a minha fidelização de uma forma que, até a mim, parece sufocante. Não falo de pessoas, entenda-se, porque amo os meus filhos eternamente,porque amo o homem da casa até que um de nós deixe de ser feliz,porque amo os meus amigos até que não suporte mais a desilusão de os amar. Assim, definitivamente, não falo de pessoas.
Coisas, apenas coisas: um desodorizante, um champô, umas canetas, coisas às quais me torno tão fiel que chego a desesperar quando desaparecem. E podem? Uma marca pode fazer isso? Se como cereais Speciall K há mais de 15 anos, não seria justo que quando alteram a sua fórmula, constituição, sabor, me perguntassem o que é que eu acho disso? E, sendo um produto, não poderia beneficiar de usucapião?? É que agora, todos os dias, durante todos os pequenos almoços, tenho de me ouvir reclamar que o raio do "novo sabor" não presta para nada!!! Tenho a certeza que os senhores da Kelloggs se inspiraram na sopa da Mafalda...
...aqui, deste lado da montanha.