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Desiludo-me. Os dias têm-se sucedido mais ou menos iguais neste sentimento que se vem apoderando de mim. Não sou uma boa mãe, não sou uma boa mãe, não sou uma boa mãe... Esforço-me imenso para me contentar com as birras dos meus filhos, com as gracinhas dos meus filhos, com a dependência dos meus filhos, com a autonomia dos meus filhos. Mas não consigo. E sinto remorsos e tristeza, porque no meu esforço para que tudo nos meus filhos me seja suficiente cada vez entendo melhor que isso nunca me é suficiente. Quero sempre mais, quero sempre o que está para lá dos meus filhos, ainda que sempre, sempre, com os meus filhos. É como se tivesse a certeza que aquilo que eu sou para lá do que se resume a ser mãe é muito mais e melhor do que ser apenas mãe. E isso, que eu sou para lá do que se resume a ser mãe faz de mim muito melhor mãe.
Desiludo-me. Todos os dias. Invejo as mães descomprometidas, sem dúvidas, sem receios, incondicionais, a toda a hora, a toda a hora.
E, no entanto, quem poderá dizer que eu amo menos os meus filhos por viver fragmentada, tentando encontrar-me no quotidiano como mãe?
... aqui, deste lado da montanha.