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Lamento os que não conseguem pronunciar com saudade o nome de um professor. Não compreendo como sabem ler, escrever, contar, conhecer o mundo.
Eu, pelo contrário, recordo os muitos bons professores que tive ao longo de tantos anos de aulas.
Também me ensinaram aqueles, 2 ou 3, que eram alvo de chacota da turma ou que representavam a oportunidade para tirar uma soneca ou escrever cartas tímidas a namorados mais ou menos imaginários. Porém, feitas as contas, o saldo é, de longe, mais positivo do que negativo. Ouço, ainda, as exigências de silêncio da professora primária (nesta altura ainda podia chamar-se assim, e isso era uma coisa boa), os ensinamentos de boa educação da professora de Matemática que, durante uma qualquer explicação - o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos - lá ia acrescentando - menino, não se fala com uma senhora de mãos nos bolsos, ou, então, a voz alegre do professor de latim que, a brincar, nos ensinava - nunca, jamais, em tempo algum, o verbo ser tem complemento directo - e tantos, tantos outros bons professores que tiveram a capacidade de me fazer viajar com as suas palavras e que me deram a conhecer outros mundos, que, de tão outros que eram, estavam cheios de magia.
Hoje trabalho com professores, assisto a aulas de professores, alguns são menos bons, mas muitos, muitos são bons. São professores que são educadores, que são mães, que são pais, que são amigos, e que... ensinam. Lamentos os que não vêem que há bons professores que, felizmente, não são perfeitos, porque são humanos, e a humanidade também se ensina!
...aqui, deste lado da montanha.